Papagaios e jandaias são apreendidos com traficante de fauna em MS

A Polícia Militar Rodoviária apreendeu, na manhã de ontem (23 de setembro), 122 aves silvestres durante vistoria a veículo no posto fiscal de Foz do Amambaí, na altura do km 116 da rodovia MS-487, em Naviraí (MS). O motorista foi detido. Ele teria dito que estava levando papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva) e jandaias-estrela (Eupsitula aurea) para o Paraná, onde seriam comercializados como bichos de estimação.

Dentre as aves apreendidas, 107 eram filhotes de papagaios e 15 eram jandaias, todos com tempo de vida variando entre 10 a 45 dias. De acordo com a subcomandante do 2º Batalhão da PM Ambiental, major Thamara Moura, responsável pela apreensão, o motorista confessou ter recebido as aves de um desconhecido em um posto de combustível em Ivinhema (MS) e iria transportá-los até Ponta Grossa (PR).

De acordo com a PM, o motorista teria recebido as aves em Ivinhema (MS) e as estava levando para Ponta Grossa (PR).

Os animais foram encaminhados para a Fazenda Green Farm em Itaquiraí, instituição parceira do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) do governo do Estado, para cuidados veterinários. O motorista levado para a delegacia local, onde o caso foi registrado. Ele foi multado pela PM Ambiental em R$ 361.510,40 por transporte ilegal de animais silvestres e maus-tratos.

Essa é a primeira apreensão da temporada realizada pela Operação Bocaiúva, da Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul, que visa coibir o tráfico de psitacídeos (papagaios, araras e maritacas, por exemplo) e demais aves durante a época de reprodução. As ações policiais tiveram início em 24 de agosto e se estenderão até dezembro.

O tráfico de fauna envolve uma cadeia de interceptadores

O Fauna News já publicou uma reportagem explicando como funciona a ação desses criminosos até que as aves sejam comercializadas como pets. Gláucia Seixas, idealizadora e coordenadora do Projeto Papagaio-verdadeiro, relata que o tráfico de animais e, principalmente, de papagaios, conta com uma cadeia de interceptadores.

Um primeiro interceptador captura os filhotes nos ninhos, que entrega a um segundo receptor, que reúne um grande número de aves antes de comercializá-lo a um terceiro receptor, que é responsável pelo transporte até o local final, onde será comercializado”, explicou.

Durante a coleta de filhotes e ovos dos ninhos, que ficam em cavidades nos troncos de palmeiras, os traficantes acabam danificando as árvores. Esse problema, que se repete ano após ano, tem feito com que faltem cavidades para os papagaios-verdadeiros se reproduzirem.

Gláucia mobilizou uma campanha de arrecadação de fundos para o Projeto Papagaio-verdadeiro. As áreas atendidas pelo projeto no Cerrado e Mata Atlântica de Mato Grosso do Sul estão sofrendo com as queimadas e tendo ninhos arrombados pelos traficantes. As doações são utilizadas para atendimento de animais e construção de ninhos artificiais.

• Para ajudar, as doações podem ser feitas por meio do Pix 67 99252-8866.
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