Uma declaração para proteger e recuperar populações de botos e os grandes rios onde vivem foi adotada esta semana por 11 países sul-americanos e asiáticos, do Brasil à Índia.
O acordo envolve criar e financiar medidas para erradicar redes de pesca de emalhe – que prendem e afogam os animais, pois respiram fora d’água –, reduzir a poluição, intensificar pesquisas e aumentar as áreas protegidas até 2030.
“Esses rios são a força vital de tantas comunidades e economias e sustentam ecossistemas críticos, de florestas tropicais a estuários”, diz Stuart Orr, líder Global de Água Doce da ong WWF, uma das apoiadoras da declaração.
A iniciativa chega num momento crítico das últimas seis espécies globais de botos fluviais. Pesca predatória, barragens e hidrelétricas, poluição agrícola e industrial encolheram seus números em 73%, desde os anos 1980.
As recentes mortes de mais de 150 botos no Lago Tefé, devastado pela seca na Amazônia brasileira, deixam claro que a crise climática engrossa o rol de ameaças à sobrevivência dessas espécies. A tragédia denota a urgência de medidas conjuntas para conservar a Amazônia, chave para a dinâmica climática mundial, e os botos, fundamentais para o equilíbrio ecológico, comenta em nota o WWF-Brasil.