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Por Liz Kimbrough
Tradução: Thaissa Lamha
Mongabay
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Na maior floresta tropical do mundo, os animais selvagens rastejam, pulam, voam e rondam por todos os cantos. No entanto, a maior parte deles é hábil para se esconder dos humanos, o que faz com que seja difícil encontrá-los. Para consegui-lo, muitos pesquisadores lançam mão das armadilhas fotográficas – câmeras com sensor de movimento e camufladas em lugares estratégicos da floresta.
Cientistas têm reunido diversos registros feitos por armadilhas fotográficas na Amazônia nas últimas décadas, mas até agora os dados permaneciam separados. Até agora: um grupo de pesquisadores reuniu mais de 154 mil imagens de armadilhas fotográficas espalhadas pela floresta, registrando 317 espécies: 185 de aves, 119 de mamíferos e 13 de répteis.
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O novo artigo, publicado na revista Ecology, tem como base os registros de 147 cientistas representando 122 instituições de pesquisas e foi liderado pelo Centro Alemão de Pesquisa Integrativa em Biodiversidade (iDiv, na sigla em alemão) e pela Universidade Friedrich Schiller Jena.
Este é o primeiro estudo que reúne e padroniza imagens feitas com armadilhas fotográficas de toda a Amazônia nesta escala, abrangendo Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.
“Este conjunto de dados fornece informações básicas sobre a presença e a abundância das espécies na floresta e pode ser usado para responder perguntas em escala amazônica”, disse Ana Carolina Antunes, autora principal do estudo, à Mongabay.
![Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) na Bolívia - Foto: WCS](https://faunanews.com.br/wp-content/uploads/2022/06/tatu-galinha-bolivia-wcs-1024x683.jpg)
![Cutia-preta (Dasyprocta fuliginosa) no Equador - Foto: WCS](https://faunanews.com.br/wp-content/uploads/2022/06/cutia-preta-equador-wcs-1024x683.jpg)
![Anta (Tapirus terrestris) na Colômbia - Foto: WCS](https://faunanews.com.br/wp-content/uploads/2022/06/anta-colombia-wcs-1024x683.jpeg)
![Gavião-de-penacho (Morphnus guianensis) na Bolívia. -Foto: WCS](https://faunanews.com.br/wp-content/uploads/2022/06/gaviao-de-penacho-bolivia-wcs-1024x683.jpeg)
![Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) na Colômbia - Foto: WCS](https://faunanews.com.br/wp-content/uploads/2022/06/tamandua-bandeira-colombia-wcs-1024x683.jpeg)
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As milhares de imagens “servirão como pontos críticos de dados para mostrar onde está a vida selvagem e a impressionante diversidade de espécies encontrada na região amazônica”, disse o co-autor do estudo Robert Wallace, diretor do programa Paisagem da Grande Madidi-Tambopata do Wildlife Conservation Society (WCS).
O WCS contribuiu com mais de um terço das imagens, incluindo as de filhotes de onça-pintada brincando, um tamanduá-bandeira chafurdando na lama, cachorros-do-mato-de-orelhas-curtas, antas, gaviões-de-penacho, tucanos, pumas e ursos-andinos.
“Será possível entender os padrões de distribuição das espécies em seus habitat, a interação entre espécies predadoras e suas presas, assim como fazer projeções futuras sobre o impacto das mudanças relativas ao clima e ao uso da terra para os animais”, disse Antunes. “Ainda há muito a aprender, e, ao mesmo tempo, há uma ameaça crescente à biodiversidade e às pessoas que vivem na floresta.”
Mais de 3,7 milhões de hectares de floresta tropical primária foram perdidos ao redor do mundo em 2021 e 40% disso ocorreu no Brasil, de acordo com o Global Forest Watch. O Brasil tem em seu território cerca de dois terços da floresta Amazônica e um terço da cobertura de floresta tropical global, tornando-se fundamental para proteger a diversidade da vida na Terra.