Jadielly Pinheiro
Reportagem
Nascida em Tangará da Serra (MT), é jornalista em formação pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
Atividades pesqueiras e a ingestão de resíduos são as principais causas das mortes de 31 golfinhos em Florianópolis (SC) entre janeiro e 11 de novembro. Do total de casos em que a ação humana foi identificada como responsável, 60% estavam relacionados à pesca. A conclusão é da Associação R3 Animal, ONG responsável pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) na região.
O registro mais recente ocorreu dia 1º, quando um animal do gênero Stenella foi encontrado na praia Brava, no norte da ilha de Santa Catarina. A causa da morte não foi identificada pelo fato de o animal, um adulto de 1,94 metro, estar em avançado estado de decomposição.
A interação com atividades pesqueiras representa um risco significativo para essas espécies, resultando em capturas incidentais que ameaçam suas populações. Golfinhos ficam presos em redes de pesca, sofrem ferimentos graves ou até morrem’’, conta o oceanógrafo e gerente operacional do PMP-BS da Associação R3 Animal, Emanuel Ferreira.
Em 27 de julho, uma toninha foi encontrada morta na praia do Moçambique com lesões e hematomas ocasionados por interação com rede de pesca. A necropsia feita no animal indicou que a causa da morte foi afogamento, provavelmente após o animal ficar preso na rede e não conseguir subir à superfície para respirar.
Entre os golfinhos encontrados mortos neste ano, 71% eram toninhas (Pontoporia blainvillei), espécie “criticamente ameaçada” de extinção de acordo com a lista nacional do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Esses animais residem em águas costeiras e rasas, onde estão frequentemente expostos a interações com humanos.