Gabrielly Padilha
Reportagem
Nascida em Cuiabá (MT) em 2000, Gabrielly Padilha é graduanda de Jornalismo pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
O Ibama lançou, no Amazonas, uma campanha de conscientização contra o comércio de produtos fabricados com partes dos animais silvestres. A ação, batizada de “Não tire as penas da vida”, é de abrangência nacional e tem como primeiro foco o Festival Folclórico de Parintins, que acontece em 28, 28 e 30 de junho.
Queremos tocar as pessoas, expondo, sem dissimular, essa realidade triste, que é provocada pelo uso partes de animais silvestres na confecção de artesanatos”, afirmou o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Bentes Araújo Filho.
O objetivo da campanha é a prevenção e o combate ao comércio ilegal de produtos feitos com partes de animais silvestres, como cocares tiaras e brincos com penas de araras. Por meio da educação ambiental, espera-se que haja uma redução na aquisição de tais peças para que não haja incentivo da produção.
A mensagem da campanha será divulgada em televisão, rádio, mídia impressa, outdoors, sites e redes sociais. Durante o Festival Folclórico de Parintins um vídeo elaborado pelo Ibama e pelas secretarias de Meio Ambiente e de Cultura do Amazonas será exibido nos intervalos das apresentações.
A campanha teve início em 2002, quando um dos servidores do Ibama trouxe fez um levantamento da quantidade de aves que foram mortas para o uso de suas partes, como penas, na elaboração de enfeites para eventos folclóricos. O número chegou a quase 30 mil aves em um ano. A partir de então, o órgão criou essa ação com o intuito de conscientização da população.
Os psitacídeos, grupo de aves formado por papagaios, araras e periquitos, são as principais vítimas dos produtos feitos com partes de animais. Gaviões, garças e mutuns também são bastante explorados.
Parintins, município situado a 369 quilômetros de Manaus, recebe mais de 100 mil visitantes durante os três dias do festival. Pelo seu caráter folclórico, é bastante comum a oferta de produtos artesanais feitos com penas, bicos, dentes, garras e couro de animais silvestres. E o Ibama pretende deixar claro que, para a confecção das peças, há crueldade e morte de espécimes.
De acordo com o Ibama, além das ações de sensibilização e orientação, equipes também atuarão na fiscalização para inibir esse comércio. Durante o período do festival, os agentes do órgão darão atenção especial ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, na capital do Amazonas, ao Porto de Manaus, ao tráfego de embarcações pelo rio Negro e ao município de Santarém.