Por Alice Sales
Agência Eco Nordeste
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Já imaginou quantas histórias marcam os esforços de um projeto de décadas voltado para salvar baleias? O Projeto Baleia Jubarte lançou um livro que compila esses relatos e imagens de 30 anos dedicados à conservação da espécie Megaptera novaeangliae na costa brasileira. O lançamento da publicação conta com exposição itinerante de fotografias e celebra o apoio prestado pela Petrobras ao projeto, que perdura com êxito desde 1996.
O livro Salvas da Extinção: A História do Projeto Baleia Jubarte comemora a dedicação de pessoas empenhadas a conservar o ecossistema marinho. Entre tantos momentos marcantes, como o reconhecimento nacional e internacional do projeto, naufrágios, expedições e dificuldades, a publicação ressalta, principalmente, uma bonita jornada por lugares e acontecimentos que marcaram profundamente a conservação marinha no Brasil.
“A produção deste livro foi um mergulho com as baleias e com a história de nossa organização. Durante a seleção das fotos e a elaboração dos textos, 30 anos de memórias vieram à tona. Foi muito prazeroso lembrar de nosso ponto de partida e de tudo que construímos até aqui. Muitos colaboradores, amigos e parceiros ajudaram na missão que resultou na recuperação da população de jubartes brasileiras e seguirão conosco enfrentando desafios tão grandes como os efeitos das mudanças climáticas nas baleias e nos oceanos do mundo”, ressaltou a bióloga Márcia Engel, que é a autora principal da obra e cofundadora do Projeto.
Salvas da extinção
Tudo teve início em 1988, em Caravelas, no extremo sul da Bahia, quando naquela região remota da costa baiana um grupo de cientistas iniciou trabalhos para a implementação do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos e se deparou com a grata surpresa da existência de baleias nos mares do arquipélago. Essas baleias eram sobreviventes da população de jubartes ocorrentes no Brasil. A espécie corria sérios riscos de extinção em decorrência da caça indiscriminada.
Animados com a descoberta, os pesquisadores se interessaram em estudá-las e protegê-las. Assim nasceu o Projeto Baleia Jubarte, que atualmente é uma das principais referências de esforços para a conservação dos oceanos em nome da sociedade civil brasileira. De poucas centenas que restavam como sobreviventes no início do Projeto, hoje são mais de 20 mil exemplares de jubartes na costa do Brasil.
Para os pesquisadores e gestores do Projeto, o livro comemora os primeiros 30 anos de um trabalho que segue firme e relevante na pesquisa e conservação marinha do país, o que é considerado como um marco de um dos mais longos programas de pesquisa e conservação de baleias do planeta.
Lançamento do livro
O livro Salvas da Extinção – A História do Projeto Baleia Jubarte foi lançado na Praia do Forte (BA) para convidados no último dia 8. Na sequência, será apresentado no Museu Náutico da Bahia, no Farol da Barra, em Salvador, no dia 9 de março. O evento contará com um momento para autógrafos da autora principal, com uma exposição fotográfica e de uma réplica em tamanho natural da cauda de uma das baleias mais antigas do catálogo brasileiro de jubartes.
Logo após, a exposição ficará disponível para visitação em:
– até 21 de fevereiro – Espaço Baleia Jubarte – Praia do Forte (BA)
– 22 de fevereiro a 6 de março – Shopping Paralela – Salvador (BA)
– 9 a 20 de março – Museu Náutico da Bahia (Farol da Barra) – Salvador (BA)
– 22 a 31 de março – Shopping Salvador Norte (BA)
Passadas essas datas, a exposição seguirá para Itacaré, Porto Seguro e Caravelas (BA); Vitória, (ES); para a capital do Rio de Janeiro; e Ilhabela (SP).
Projeto Baleia Jubarte
Atuante há mais de 30 anos na pesquisa e conservação das baleias jubarte e do ambiente marinho no Brasil, o Projeto Baleia Jubarte, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, integra a Rede Biomar juntamente com outros projetos patrocinados pela empresa (Albatroz, Coral Vivo, Golfinho Rotador e Meros do Brasil), que atuam de forma integrada para a conservação da biodiversidade marinha do Brasil.
A iniciativa é realizada pelo Instituto Baleia Jubarte a partir de suas sedes na Praia do Forte e em Caravelas, Bahia, e em Vitória, no Espírito Santo. Por meio desse projeto são realizadas ações de pesquisa científica, turismo responsável e educação ambiental, bem como atividades de conservação que contribuem para o sucesso da recuperação da população de jubartes do Atlântico Sul Ocidental.