Ursinhos de pelúcia no tráfico de animais via correio

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
04 de julho de 2011

Depois de me deparar com vários casos de animais silvestres sendo traficados no Brasil pelos Correios, em 18 de abril de 2011 escrevi “Iguanas via Sedex: tá virando mania”. Relatei alguns casos de répteis encontrados por funcionários dos Correios durante o processo de entrega de encomendas. Dei destaque especial para a apreensão de um filhote de iguana que viajara 2,7 mil quilômetros em uma caixinha de papelão – do Rio Grande do Norte até o interior do Estado de São Paulo.

Agora me deparo com uma situação parecida, mas desta vez na cidade de Perth, na Austrália. Na noite de 29 de junho, um casal de chineses foi preso acusado de traficar lagartos-de-lígua-azul  (bobtail) dentro de bichos de pelúcia para fora da Austrália. As remessas desses animais já estavam sendo investigadas pelo Departamento do Meio Ambiente e Conservação de Western Australia, o que motivou a Justiça a emitir um mandado de busca na residência dos então suspeitos.

Mesmo com toda a criatividade no usar brinquedos para traficar animais, nas últimas 12 semanas, um total de seis pacotes foram interceptados com répteis em bichos de pelúcia pelas equipes da Alfândega e Proteção de Fronteiras, na central do correio de Perth. Na casa dos chineses, foram encontrados 12 lagartos, vários brinquedos de pelúcia e material postal para despachar os animais.

Comuns na Austrália, os lagartos bobtail valem até US$ 8 mil no mercado negro asiático.

Apesar de a situação ser semelhante aos fatos que ocorrem no Brasil (apesar do inusitado uso de ursinhos de pelúcia) , vamos à grande, na verdade, imensa diferença: a punição.

Enquanto o tráfico de animais no Brasil é considerado crime de menor potencial ofensivo, com pena prevista de 6 meses a um ano de cadeia – que normalmente é convertida em prestação de serviços comunitários ou cestas-básicas -, na Austrália o casal chinês preso poderá ser condenado a até 10 anos de cadeia – além da multa de US$ 120 mil.

Agora fiquei com inveja!

– Leia a matéria do site Sino Daily, que reproduziu o material da agência AFP.
– Releia o texto do Fauna News “Iguanas via Sedex: tá virando mania”.

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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