Por Jorge Bellix de Campos
Presidente da Associação Mata Ciliar, instituição que mantém o Centro Brasileiro para Conservação dos Felinos Neotropicais (Centro de Felinos) e um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras)
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As datas comemorativas são instituídas para marcarem momentos ou fatos importantes das nossas vidas ou da nossa história. O Dia da Onça-pintada, comemorado hoje, nos faz, principalmente com tudo o que está acontecendo em nosso país, refletir o quanto uma nação, ignora suas riquezas. Mais do que isso, o quanto ignora a importância de sua diversidade biológica no contexto mundial.
A onça-pintada ou jaguar (Panthera onca), como animal de topo de cadeia, ocupa simbolicamente o posto de guardiã dessa biodiversidade, já que sua presença em um ambiente natural é um indicador de equilíbrio e da saúde desse mesmo ambiente. Infelizmente, este dia, como muitas outras datas comemorativas, nada ou pouco tem de festiva. As questões ambientais estão sofrendo um revés atrás do outro. Políticas públicas para preservação e conservação da nossa fauna estão sendo relegadas ao último plano em contraposição a políticas que favorecem ou incentivam a degradação ambiental e a caça.
Reverter com urgência esse quadro é a missão que todos devem abraçar, sejam as ONGs, seja a academia ou sejam os apaixonados pelas causa ambientais. Mas isso só terá um efeito rápido e positivo, se a população se mobilizar, assumir o protagonismo dessa luta e exigir políticas firmes e claras na área da proteção de nossos ecossistemas e, consequentemente, da fauna.
Só assim, o maior felino das Américas não vai ser lembrado apenas em uma data marcada em nosso calendário.