Tráfico mata traficante de animais: zoonose

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
12 de abril de 2013
O envolvimento com o tráfico de animais foi fatal para um morador do Piauí.

“A
Secretaria Municipal de Saúde de Parnaíba, região do litoral piauiense,
registrou um óbito humano pelo vírus da raiva no mês passado. A vítima
foi um homem de 32 anos de idade, mordido no dedo da mão por um sagui (Callithrix sp).
Atendendo a solicitação da Secretaria de Saúde, veterinários do Centro
de Triagem de Animais Silvestres do Ibama no Piauí estiveram no local
para orientar a população sobre os riscos de transmissão das zoonoses,
quando da captura e criação ilegal de espécimes silvestres.

A mordida de um sagui transmitiu raiva para o traficante de animais
Foto: Henrique Dantas

Segundo
relato dos técnicos da saúde, a vítima tinha o hábito de capturar esses
animais para amansá-los e, posteriormente, vendê-los como de estimação
para as pessoas da cidade. O paciente procurou o atendimento antirrábico
somente cerca de 20 dias após a mordedura, já com sinais de dor e
parestesia no braço direito, agravando-se, dias depois, para um quadro
neurológico irreversível.”
– texto da matéria de divulgação do Ibama, publicado em 2 de abril de 2013 pelo site do órgão

Mais de 180 zoonoses já foram descritas sendo as mais conhecidas:

– macacos e micos: raiva, febre amarela, hepatite, herpes simples e tuberculose;
– jabutis e lagartos: salmonelose, verminoses e micoses;
– papagaios e passarinhos: ornitose (também conhecida como “febre do papagaio”) e toxicoplasmose.

“A
situação de estresse que esses animais passam durante a comercialização
pode levar à queda de resistência imunológica e desenvolvimento de
doenças transmitidas por estes animais, tornando-os portadores de
agentes infecciosos dentro das residências”
– texto do 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre, publicado pela ONG Rede Nacional de Combate ao tráfico de Animais Silvestres (RENCTAS) em 2011

A
constatação de que as mordidas de primatas com raiva podem transmitir a
doença para a população fez com que os Estados Unidos proibissem a
importação desses animais para serem criados como bichos de estimação.
Nos anos de 1970, um surto de salmonelose no mesmo país foi relacionado à
manutenção de tartarugas em residências, que na época eram encontradas
em 42% dos domicílios.
Vale a pena colocar em risco sua saúde e sua vida para manter um animal silvestre como bicho de estimação?

– Leia o texto completo do Ibama
– Conheça a Renctas

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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