
Por Dimas Marques
Jornalista, pesquisador do Diversitas-USP e editor responsável do Fauna News
dimasmarques@faunanews.com.br
Está na página do Facebook da Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo:
“Na terça-feira (25), o Policiamento Ambiental localizou em Embu das Artes um cativeiro com 19 pequenos primatas da fauna silvestre, entre eles micos-leões-dourados, macacos-pregos e saguis.
Na residência luxuosa, afastada do centro urbano e longe de qualquer suspeita, os policiais encontraram verdadeiro aparato para microchipagem, notas fiscais falsificadas, seringas e viveiros adaptados.
A suspeita é que o local recebia macacos coletados da natureza em diversas regiões, inclusive de outros Estados e que faça parte da rede de tráfico de animais silvestres, que movimenta milhões em dinheiro sujo no Brasil e no mundo.” – texto publicado em 26 de julho de 2017
De acordo com a PM Ambiental paulista, o local foi descoberto após monitoramento de postagens em redes sociais. No local, foram apreendidos dois micos-leões-dourados (Leontopithecus rosalia), dois macacos-pregos (Cebus apella), onze saguis- de-tufos-brancos (Callithrix jacchus) e quatro saguis-de- tufos-pretos (Callithrix penicillata).
Uma pessoa foi indiciada na delegacia da cidade pela manutenção de animal silvestre em cativeiro sem autorização e por maus tratos. Um dos macacos-pregos tinha lesões e há suspeita de automutilação. Os micos-leões, os saguis e um macaco-prego estavam presos em viveiros com armações de telas típicas de galinheiros. Todos os animais foram levados para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres do Parque Ecológico do Tietê. Autos de Infração Ambiental no valor total de R$ 34,5 mil foram elaborados (um por ter em cativeiro, dois por maus tratos e um por ter espécie ameaçada de extinção – os micos-leõs-dourados).
Os policiais também encontraram listas de fornecedores, de compra e de venda de animais, bem como registros de conversas em redes sociais. Esse material permitirá que novas fiscalizações sejam realizadas no interior de São Paulo e do Rio de Janeiro.
O trabalho de monitoramento de redes sociais é importantíssimo. São inúmeros os grupos no Facebook em que animais silvestres são comercializados e trocados. Não é de hoje que o tráfico de animais adotou a internet como um grande campo de ação, o que tem forçado os órgãos de fiscalização a se adaptarem à nova realidade.
Sobre esse caso, é muito importante que as polícias Militar Ambiental e Civil sigam investigando, identificando todos os elos da quadrilha e os compradores. Essa bandidagem só existe porque tem gente que compra.