Tráfico de animais: Polícia Federal “caça”, nesta manhã, integrantes de quadrilha no Rio de Janeiro

Suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada em tráfico de animais estão sendo procurados nesta manhã no estado do Rio de Janeiro. Mais de 100 policiais federais estão nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá cumprindo mandados de prisão e de busca e apreensão. Em um ano, grupo criminoso seria responsável pelo comércio ilegal de, pelo menos, 120 macacos-prego.

A partir de investigações desenvolvidas pela Polícia Federal (PF), a 2ª Vara Federal Criminal de Niterói expediu os mandados judiciais. A quadrilha seria chefiada por um bombeiro. Estão sendo procurados também ex-servidores do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea) e do Comando de Policiamento Ambiental (CPAm), além de alunos e médicos veterinários. Um miliciano e o bombeiro já teriam sido presos e diversas armas apreendidas.

Além das equipes da Polícia Federal, participam da ação as corregedorias da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do estado do Rio de Janeiro.

Falsificação de documentos

De acordo com a Polícia Federal, a quadrilha tem integrantes com diversas funções, desde a caça (captura) até a falsificação de documentos públicos para que os animais fossem vendidos como se tivessem origem legal e dificultar a fiscalização dos órgãos ambientais. As investigações identificaram que o grupo realizava o cadastramento fraudulento de espécimes no Sistema Nacional de Gestão da Fauna Silvestre (Sisfauna) e no Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (Sispass).

Os animais eram vendidos pelas redes sociais por valores que poderiam chegar a R$ 120 mil. Dependendo do preço acertado, eles poderiam vir com documentação falsificada. Além de macacos-prego, alguns de espécie ameaçada de extinção, como o macaco-prego-de-crista (Sapajus robustus), a Polícia Federal tem informações que a quadrilha traficava araras, papagaios, pássaros, cervos e iguanas. O grupo pode ter movimentado, em um ano, de R$ 2,4 milhões a R$ 14,4 milhões.

Os delitos envolvidos são de organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. Compradores também serão investigados, podendo responder por receptação.

Defaunação, como foi batizada a operação, é um processo de diminuição acelerada e drástica de espécies animais em um ambiente natural. A ação humana tem causado esse fenômeno, que gera desequilíbrio nos ecossistemas.