Tráfico de animais: enxugando gelo

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
21 de dezembro de 2011
A expressão “enxugar gelo” ilustra bem a realidade do tráfico de fauna. Quanto mais bichos são apreendidos pelos órgãos de fiscalização, mais são capturados na natureza para saciar a necessidade sem fim do ser humano de manter animais silvestres como pets. A rotina da Associação Mata Ciliar comprova isso:

“10 pássaros foram soltos na região da Serra do Japi pela Associação Mata Ciliar neste sábado, 03 de dezembro (2011). As aves chegaram à AMC após uma apreensão no bairro Rio Acima no dia 28 de novembro. Na Associação Mata Ciliar os pássaros receberam os cuidados médicos necessários podendo enfim voltar à vida livre.

Soltura de ave na Serra do Japi (SP)
Foto: Associação Mata Ciliar

Mas infelizmente no mesmo dia em que essas aves puderam retomar sua liberdade, outros 19 pássaros chegaram vindos de uma apreensão em Itatiba. O guarda municipal João Ferreira dos Santos, que atendeu a ocorrência, afirma que as denúncias nesses casos são muito importantes. (…)” – texto do site da Associação Mata Ciliar, entidade que mantém um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Jundiaí, no interior de São Paulo

De acordo com dados de 2001 da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), cerca de 38 milhões de animais são retirados da natureza, por ano, somente no Brasil. Estima-se que 60% desse comércio criminoso é voltado para o mercado interno, sendo as aves as maiores vítimas (82%).

E a captura dos animais não afeta somente o ecossistema em que vivem. Eles representam grandes riscos à saúde humana. Para dimensionar um pouco o perigo das zoonoses (doenças) que podem atacar os homens, vale destacar que mais de 180 doenças já foram descritas, sendo as mais comuns (dados do livro União pela Fauna da Mata Atlântica, das ONGs Fundação SOS Mata Atlântica e Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres – Renctas):

– macacos e micos: raiva, febre amarela, hepatite, herpes simples e tuberculose;
– jabutis e lagartos: salmonelose, verminoses e micos;
– papagaios e passarinhos: ornitose (febre do papagaio) e toxicoplasmose.

– Leia o texto completo do site da Associação Mata Ciliar
– Conheça a Associação Mata Ciliar
– Releia “Não bastasse a crueldade do cativeiro, o tráfico de animais silvestres também promove a disseminação de doenças”, publicada pelo Fauna News em 7 de julho de 2011

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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