
Análise de Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
A Polícia Federal flagrou, quarta-feira (25 de agosto), um homem tentando embarcar com 457 peixes ornamentais da espécie cascudo-zebra (Hypancistrus zebra) no aeroporto de Altamira (PA) com destino a Manaus. Dois dia antes (23 de agosto), uma mulher foi detida no mesmo aeroporto tentando viajar com 277 animais da mesma espécie. Em menos de um ano, a PF já registrou quatro casos exatamente iguais.

“Um homem foi preso em flagrante no aeroporto de Altamira, sudoeste do Pará, na tarde da última quarta-feira (25), quando tentava viajar para Manaus com uma mala carregada com 457 peixes ornamentais da espécie cascudo-zebra, oriundos do Rio Xingu e avaliados, no exterior, em cerca de 200 dólares, a unidade.
Esta é a segunda apreensão realizada pela Polícia Federal (PF) em aproximadamente 48h. Na última terça-feira (24), uma mulher, que também não teve o nome identificado, foi presa no mesmo aeroporto, em Altamira, após ser flagrada com 277 peixes da mesma espécie dentro de mala.
As duas apreensões somam 734 peixes resgatados e avaliados em cerca de um milhão de reais. As investigações apontam que uma organização criminosa estaria envolvida no tráfico desses animais. Os peixes da espécie cascudo-zebra correm risco de extinção e têm chamado atenção de criminosos devido ao alto valor de venda, principalmente no exterior.
Após a devida detenção e formalização da diligência, os peixes foram enviados ao Laboratório de Aquicultura de Peixes Ornamentais do Xingu (Laquax), da Universidade Federal do Pará (UFPA). O homem, preso em flagrante, foi autuado por tráfico de peixes ornamentais.” – texto da matéria “Homem é preso em Altamira, PA, na tentativa de traficar mais de 400 peixes ornamentais”, publicada ontem, 26 de agosto, pelo portal G1
Não é de hoje que esse tipo de tráfico acontece. A Polícia Federal tem combatido, mas, por alguma razão, não consegue inibir as quadrilhas.
Uma rota é bastante conhecida. Esses peixes ornamentais são levados até Tabatinga, município do Amazonas que faz divisa com a cidade de Letícia, na Colômbia. Os animais saem do país e acabam levados para a Europa e Estados Unidos, onde são comercializados por altos valores.
Se bandidos têm sido presos e a rota do tráfico desses peixes é conhecida, o que falta para definitivamente desestabilizar essas quadrilhas e esse comércio?