
Por Dimas Marques
Jornalista, pesquisador do Diversitas-USP e editor responsável do Fauna News
dimasmarques@faunanews.com.br
Quando se estuda sobre tráfico de fauna, é comum encontrar a afirmação que os Estados do Nordestes são grandes fornecedores de animais silvestres para as regiões Sul e Sudeste. A informação não está errada, mas passa a falsa impressão que o Nordeste não é um grande centro consumidor de silvestres para serem criados como bichos de estimação. Não há pesquisas quantitativas comparando os Estados para determinar quem mais compra ou quem mais vende, mas não me surpreenderia se, algum dia, algum pesquisador constatasse que o conjunto dos Estados nordestinos seja o maior consumidor de animais silvestres do Brasil.
Um exemplo da demanda de aves silvestres pelo Nordeste aconteceu dia 19 de janeiro:
“Na investigação de uma denúncia de tráfico de animais, a Polícia Militar Ambiental prendeu duas pessoas com anilhas adulteradas e ainda resgatou oito pássaros silvestres em Maringá. A ocorrência foi registrada nessa quinta-feira (19).
A informação que chegou até a Polícia Ambiental dava conta que aves silvestres seriam enviadas para o Nordeste do país, diretamente do Terminal de Cargas do Aeroporto Regional Silvio Name Junior, em Maringá.
No aeroporto, os policiais encontraram dois suspeitos com as aves, todas da espécie coleirinha papa-capim, que seriam transportadas irregularmente. Das quatro anilhadas – equipamentos usados para identificação –encontradas, uma havia sido expandida, outra era falsificada e duas pertenciam a pássaros já mortos.
Com o flagrante, os dois homens foram presos e levados à Polícia Federal por adulteração de selo público, uso de documento falso e posse de animais silvestres.” – texto da matéria “Polícia Ambiental prende dois com aves silvestres e anilhas adulteradas em Maringá”, publicada em 20 de janeiro de 2016 pelo site paranaense Massa News
Os policiais abordaram a dupla no momento em que elas despachavam os animais para Recife.
De acordo com estimativa de 2001 da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), 38 milhões de animais silvestres são retirados da natureza brasileira para abastecer o mercado negro de fauna – sem contar peixes e invertebrados.
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