Análise de Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
Uma equipe da PM Ambiental do Mato Grosso do Sul recolheu quinta-feira, 29 de outubro, seis filhotes de ema (Rhea ameriana) que foram encontrados por uma moradora de Campo Grande (MS) em seu quintal. De acordo com a polícia, o imóvel, situado na avenida Marquês de Herval, no bairro Nova Lima, fica próximo a fazendas, onde é possível encontrar aves dessa espécie. Acredita-se que algo teria assustado a mãe que acabou fugindo sem os filhotes.
As pequenas emas foram levadas para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras).
O processo de expansão urbana e de implementação de propriedades rurais transforma o habitat dos animais. Geralmente, essas alterações ocorrem sem o menor planejamento. Dependendo como essas mudanças ambientais acontecem e das espécies envolvidas, os impactos podem ser desastrosos ou permitir que a fauna se adapte a ambientes com presença humana.
O fato ocorrido em Campo Grande chama a atenção por envolver emas, uma ave pouco comum para grande parte dos brasileiros. Mas tais problemas acontecem diariamente em todo o Brasil. São filhotes de onças, de cachorros-do-mato e de aves que, por conta de alguma perturbação realizada pelo homem, faz com que eles sejam deixados pelos pais.
Há ainda casos de filhotes recolhidos pela população por considerarem que estão sozinhos. Às vezes, aquele jovem pássaro caído junto a uma árvore está aprendendo a voar e sendo observado pelos adultos. Outras vezes, um filhote de onça-parda pode estar sozinho simplesmente porque a mãe se ausentou para caçar – o que não significa abandono.
De qualquer forma, falta ao poder público, principalmente às prefeituras, orientar os moradores sobre como conviver com a fauna local e planejar o ordenamento territorial dos municípios. Informação e orientação são essenciais para um bom convívio entre humanos e animais silvestres.