“Desde a manhã desta segunda-feira, 23, os veículos que trafegam pelos 33 quilômetros da Rodovia Doutor Carlos Botelho (SP-250), entre Sete Barras e São Miguel Arcanjo, no sudoeste paulista, têm de seguir regras que não se aplicam a outras estradas. A velocidade máxima varia de 20 km/h a 40 km/h e, se um animal entrar a pista, o motorista é obrigado a parar.
(…) O calçamento com bloquetes foi concebido para gerar um ruído no atrito com os pneus dos veículos, alertando os animais. Foram instaladas 16 passagens aéreas – uma espécie de passarela ligando a copa das árvores -, e 12 passagens subterrâneas, com o aproveitamento de pontes para o trânsito dos bichos.
A velocidade, de até 40 km/h nas retas e 20 km/h nas curvas da Serra das Macacas, será controlada por radares que ainda não foram instalados. Há mirantes para a observação da mata e de aves. Um ambulatório veterinário foi montado para atender animais feridos.
O governo estadual investiu R$ 54,7 milhões na obra. A passagem dos veículos é controlada nos portais existentes nos dois extremos da estrada. Na entrada, os veículos são obrigados a parar e recebem uma ficha de controle, devolvida na saída. O controle visa a evitar o furto de palmito ou espécies nativas e eventual tráfico de animais silvestres. Em caso de suspeita, os veículos serão revistados.” – texto da matéria “Estado de SP ganha primeira estrada com proteção para animais”, publicada em 23 de novembro de 2015 pelo site do jornal O Estado de S. Paulo
É fundamental que estradas que cortam unidades de conservação (UCs) tenham uma atenção especial, mas será que todas as rodovias não deveriam seguir esses princípios?
Por exemplo: em trechos onde ocorrem muitas travessias de animais silvestres, o pavimento poderia gerar ruído e nas margens poderiam ser instaladas cercas que direcionariam os bichos para passagens de fauna feitas para atender as espécies da região.
Por que não poderia haver uma forte redução de velocidade nos trechos onde animais tentam atravessar a rodovia? Lógico que com radares para aumentar a eficiência da infraestrutura implantada.
Por que não exigir tudo isso, inclusive centros veterinários para atendimento de animais atropelados, das concessionárias que administram as rodovias? Como existe uma tendência de privatização (via concessões) das rodovias, basta colocar tudo isso nos editais.
Quando o poder público quer, iniciativas necessárias saem do mundo das ideias, vão para o papel e se tornam realidade. Assim, haveria uma boa redução no catastrófico número de 475 milhões de animais silvestres que morrem atropelados todos os anos nas estradas e rodovias do Brasil (estimativa do centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas).
– Leia a matéria completa de O Estado de S. Paulo
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