
“A quantidade de acidentes com animais registrados em trechos da BR-262, próximo a Uberaba, aumentou. Os dados são da concessionária que administra a rodovia e, de acordo com o um médico do Hospital Veterinário de Uberaba, o aumento no número de acidentes foi verificado desde o início das obras de duplicação da rodovia e construção de praça de pedágio.
Entre Campo Florido e Uberaba, foram registrados 13 acidentes nos últimos 10 meses. Já no trecho mais ao leste, entre Araxá e Uberaba, o levantamento aponta que houve quatro acidentes no mesmo período.
Os animais silvestres, como um lobo guará, que se recupera de um atropelamento, estão entre as vítimas. De acordo com o promotor de Meio Ambiente, Carlos Valera, as empresas devem apresentar medidas, como planos para evitar ou diminuir os danos à natureza e laudos de impactos ambientais. Caso os procedimentos não sejam seguidos, a empresa responsável pelo empreendimento pode ser punida.” – texto da matéria “Cresce número de acidentes com animais na BR-262 perto de Uberaba”, publicada em 7 de julho de 2015 pelo portal G1
A duplicação de rodovias muitas vezes é necessária para melhorar o escoamento de produtos e o tráfego das pessoas. Mas isso tem de ser feito com o aumento dos atropelamentos de animais silvestres?
Pelo jeito, o processo de licenciamento ambiental da obra não previu tal impacto, sendo, portanto, falho. Por mostrar falhas, tem de ser questionado pelo poder público e o Ministério Público.
Antes de tudo isso, seria necessário que as obras fossem interrompidas. Afinal, vidas estão se perdendo.
Mas, no Brasil, quem consegue parar esse modelo de progresso? O poder público quer entregar obras, divulgar seus feitos e ganhar visibilidade junto a eleitores. A população, pouco consciente dos impactos ambientais, deseja por novas vias e mais facilidades.
Então, quem tem culhão de solicitar a interrupção das obras até que medidas mitigadoras sejam definidas e implantadas? No Brasil, poucos. Afinal, são “só” animais silvestres…