
“O Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Guabiraba, no Recife, teve sua cerimônia de inauguração nesta terça-feira (20), com presença do governador Paulo Câmara. O local funciona desde fevereiro recebendo animais e treinando a equipe de quatro veterinários, oito tratadores e quatro biólogos, tudo para o cuidado de 600 bichos, entre aves, répteis e mamíferos. A presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Simone Souza, e o secretário da Semas, Sérgio Xavier, participaram da inauguração.
A comemoração também marca os 40 anos da CPRH. Segundo Simone Souza, são gastos anualmente em torno de R$ 1,5 milhão no Cetas. "A ideia da gente é reabilitar os animais para que eles voltem à natureza. É um trabalho intenso e não é self-service, como costumo dizer, é à la carte, pois os animais têm que ser alimentados um a um", contou Simone. O local fica no bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife.
O local também oferece interação com a vida acadêmica. Duas aves, um gavião Carcará e outro Carijó, estão usando próteses artificiais de uma impressora 3D, parte de um projeto da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
O projeto de abrir para visitação ainda é embrionário, mas existe. A previsão do biólogo Yuri Valença, um dos responsáveis pela equipe de cuidadores, é que no segundo semestre do próximo ano o Cetas abra um espaço para educação ambiental com bichos mutilados que não conseguem mais voltar para a natureza.” – texto da matéria “Animais silvestres agora têm espaço de preservação no Recife”, publicada em 20 de dezembro de 2016 pelo site do jornal Folha de Pernambuco
Independentemente de o evento ser desnecessário, afinal foi inaugurada uma estrutura que já funciona desde fevereiro, a divulgação do trabalho feito no Cetas é importante. Aos poucos (uma pena que seja aos poucos), os governos estaduais vão criando estrutura para gerir a fauna silvestre em cativeiro – uma responsabilidade deles desde o final de 2011, quando entrou em vigor a Lei Complementar 140.
O Ceará, por exemplo, que possui apenas um Cetas, em Fortaleza, tem projeto para a construção de mais dois. Outro na capital e um na região sul do Estado, provavelmente no Crato.
Sem Cetas funcionando bem, o trabalho de combate ao tráfico e de atendimento aos animais resgatados é prejudicado. E lembrem-se, senhores governantes, Cetas não é depósito de bichos: se não tiverem áreas de solturas cadastradas e monitoradas e uma boa rede de criadouros para receber aqueles que não poderão volta à vida livre, de nada adianta o esforço de recuperação dos animais.