Reflexão para o fim de semana: rinoceronte-negro-do-oeste é mais uma espécie extinta

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
11 de novembro de 2011
A perda de hábitats e o tráfico de animais e suas partes são as duas principais causas das extinções de espécies da fauna. É a ação humana empobrecendo a biodiversidade. Dessa vez a vítima foi o africano rinoceronte-negro-do-oeste.

Foto: http://laescaleradeiakob.blogspot.com

“A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) divulgou nesta quinta-feira (10 de novembro de 2011) uma atualização da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. Com a renovação do banco de dados, a subespécie de rinoceronte-negro-do-oeste (Diceros bicornis longipes) é oficialmente considerada extinta. Além disso, outra duas subespécies do animal estão “provavelmente extintas”, segundo a organização. De acordo com o relatório, 25% dos mamíferos conhecidos estão em risco de extinção.

Segundo a IUCN, o rinoceronte-branco-do-norte (Ceratotherium simum cottoni) – da região central da África – e o rinoceronte-de-Java (mais exatamente a subespécie Rhinoceros sondaicus annamiticus) estão provavelmente extintos. O último animal da subespécie certamente foi morto em 2010 no Vietnã, afirma a organização. No final de outubro, outra organização, a WWF, afirmou que já considerava o rinoceronte-de-Java extinto.

O rinoceronte-negro-do- oeste vivia no oeste africano. A IUCN afirma que uma expedição em 2006 falhou em encontrar algum exemplar do animal, mas descobriu diversos indícios de caça à subespécie. Entre as causas do desaparecimento estão a caça pelo chifre e a falta de política de conservação.” – texto da matéria “Subespécie de rinoceronte é extinta; 25% dos mamíferos em risco” publicada em 10 de novembro de 2011 pelo portal Terra

A BBC Brasil também noticiou a extinção. Assista ao vídeo:

   

A matéria do portal Terra toca no problema do manejo de habitáts, também citado pela BBC. O que nenhuma das duas notícias abordam é a caça de rinocerontes para a retiradas dos chifres, extremamente valiosos na China e no sudeste asiático como remédio da medicinal tradicional. Na África do Sul, motivados pela incompetência de coibir caçadores sedentos por valiosos chifres, o governo autorizou a extração dessa cobiçada parte dos animais para evitar que sejam mortos.

Na Europa, quadrilhas especializaram-se em atacar museus e antiquários que mantêm rinocerontes empalhados ou chifres em seus acervos. Veja porquê.

Um quilo de chifre de rinoceronte, em pó, vale cerca de US$ 97.500 no mercado negro. Mais que ouro, heroína ou cocaína. Valor tão alto é explicado pela grande demanda da China e dos países do sudeste asiático, onde o produto é considerado afrodisíaco ou remédio contra câncer, rente à pouca oferta – já que a caça do animal é ilegal e as populações das espécies estão em franco declínio.


Em pouco tempo, rinocerontes-negros só em ilustrações e fotos, como nesse selo de Ruanda

Absurdo, mas é real.

– Leia a matéria do portal Terra
– Leia a matéria da BBC Brasil
Releia algumas das matérias do Fauna News sobre os rinocerontes:
– “Rinocerontes: resolveram matar o paciente!” publicada em 28 de setembro de 2011
– “Traficantes de animais atacam até os empalhados” publicada em 29 de setembro de 2011

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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