Reflexão para o fim de semana: floresta de pé não basta. Fiscalização, educação e unidades de conservação

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
17 de agosto de 2012
‘O termo parece um palavrão e, de fato, a situação que descreve não é nada bonita: “desfaunação”. Ou seja, o sumiço da fauna — um fenômeno que parece ter afetado 80% da mata atlântica que ainda resta numa região vasta, que vai do leste de Minas Gerais a Sergipe.

A onça-pintada é uma das espécies que desapareceu
Foto: Frans Lanting Studio

Nessas regiões, uma hecatombe parece ter exterminado quase todos os mamíferos pesando mais de 5 kg — mesmo quando a floresta propriamente dita, à primeira vista, está intacta, mostra um novo estudo, que acaba de ser publicado na revista científica “PLoS ONE”.’ – texto da matéria “Mata atlântica foi ‘esvaziada’ de mamíferos, diz estudo”,  publicada em 15 de agosto de 2012 pelo jornal Folha de S. Paulo

Esse estudo, que envolve brasileiros de diversas instituições de pesquisa, procurou 18 espécies de mamíferos de porte grande e médio (onças, antas, veados, tamanduás e macacos-pregos, por exemplo).

“O resultado não foi dos mais auspiciosos: das 18 espécies de mamíferos, só quatro, em média, ainda ocorrem por fragmento de mata com tamanho entre 50 hectares e 5.000 hectares.

Mata atlântica nordestina: fragmentada e pressionada pela caça
Foto: Adriano Gambarini


Mesmo em trechos de floresta considerados muito grandes para o estado atual da mata atlântica (os com mais de 5.000 hectares), só sete espécies, em média, ainda estavam presentes.”
– texto da Folha

Esse resultado fez os pesquisadores concluírem que muitas espécies não habitam mais nem os grandes fragmentos, sendo encontradas apenas em unidades de conservação (como parques, estações ecológicas e reservas biológicas). E sabe qual o motivo: caça.

“A explicação para o estrago até nos remanescentes florestais maiores, segundo os pesquisadores, é relativamente simples: mesmo quando a mata não era derrubada, a caça nessas regiões continuou e ainda hoje é muito comum, o que acabou com as espécies grandes.” – texto da Folha

Para os pesquisadores, a situação de o Sul e do Sudeste deve ser um pouco melhor pelo fato de a caça não ser tão intensa – apesar de existir.

Daí a importância de ampliar o número de áreas protegidas. O Brasil é signatário da Convenção sobre a Diversidade Biológica, da Rio-92, que teve estipulada na 10ª Conferência das Partes de outubro de 2012 (em Nagóia, Japão), a meta de proteção de 17% dos territórios dos países integrantes em áreas terrestres protegidas e de 10% em as áreas marinhas protegidas.  Tudo isso até 2020.

Uma corrida contra o tempo!


– Leia a matéria completa da Folha de S. Paulo

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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