Que o congresso de educação ambiental desperte um olhar para a fauna

O Brasil será a sede do 8º Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa e Galícia, a ser realizado em 2025. A decisão ocorreu no início deste mês, em Maputo, Moçambique, durante a realização do 7º Congresso, e foi divulgada sexta-feira, 28 de julho, pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

A participação do Brasil, que enviou representantes do MMA, do Ministério da Educação (MEC) e da Agência Nacional de Águas (ANA), no evento realizado na África é um ótimo indicativo de que o país está realmente trabalhando para superar o período de isolamento internacional entre os atores envolvidos em políticas ambientais – mais do que isso, abandona a visão anti ambiental do governo de Jair Bolsonaro. sinaliza também haver o interesse na construção de um projeto de educação ambiental para o país a partir de trocas de experiências e conhecimentos com outros países.

Educação ambiental é um tema destacado em todas as políticas ambientais. Seja da União, dos Estados, dos Municípios, do terceiro setor ou de empresas mais engajadas. Entretanto, principalmente para temas envolvendo a fauna silvestre, esse destaque “não sai do papel” e, quando entra para o universo da prática, é realizado por meio de iniciativas com pouco resultado.

E o Brasil tem cientistas que estudam e desenvolvem metodologias de trabalho para que essas iniciativas tenham efetividade e escala. Suzana Padua, presidente do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, é uma delas, sendo responsável por diversos artigos sobre o tema na coluna Educação Ambiental do Fauna News. O próprio Marcos Sorrentino, atual diretor de Educação Ambiental do MMA, tem ampla e reconhecida atuação na área.

Educação ambiental e fauna

Apesar de termos essas cabeças, a educação ambiental com foco em fauna silvestre, no Brasil, ainda não apresenta bons resultados.

Que a valorização da educação ambiental seja real e efetiva no governo brasileiro. Que essas trocas de experiências com outros países e a vinda do Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa e Galícia sejam incentivos para a efetivação de políticas públicas de educação ambiental em todo o país, fazendo com que intenções e determinações legais saiam do papel.

E, sobretudo, que fauna silvestre seja parte importante dessas políticas – não mais ações pontuais. Tráfico de animais, caça, perda de hábitat e impactos dos meios de transporte, como os atropelamentos, são problemas protagonizados por ações humanas e sem mudanças de visões de mundo sobre a convivência com a fauna e de comportamentos não haverá projeto de conservação da biodiversidade bem-sucedido.