
Esse caso tem de ser muito bem investigado, pois pode sim estar ligado ao tráfico de animais.
“A Polícia Militar de Meio Ambiente de Belo Horizonte apreendeu mais de 50 animais da fauna exótica e silvestre dentro de uma casa no Bairro Pompéia, na Região Leste da capital, na manhã desta segunda-feira. O dono do imóvel, segundo a PM, é um agente de zoonoses da Prefeitura, de 31 anos.
A polícia chegou ao local após receber uma denúncia anônima via 181 informando sobre a presença de animais silvestres em cativeiro no imóvel. No local, que fica na Rua Engenho Novo, os militares apreenderam 30 cobras, seis sapos, um cágado, três tartarugas tigre d'água, cinco iguanas, três lagartos e uma coruja.
De acordo com o subtenente Aníbal Paulino, os animais estavam em viveiros e aquários. “Eles estavam bem armazenados, não tinha situação de maus tratos”, explica. Apesar das boas condições do local, o dono da casa não tem licença para ter os animais. Ele disse à polícia que os espécimes seriam de um parente que é biólogo.
“Segundo ele, ele trabalha na Zoonoses da Prefeitura de BH. Disse que um primo foi para Portugal e deixou os animais com ele”.
Ainda segundo o policial militar, o agente de zoonoses nega que os animais estivessem na casa para venda, embora a denúncia afirme que eles eram vendidos. A ocorrência foi registrada na Delegacia Especializada de Meio Ambiente de BH e o suspeito assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), para se apresentar à Justiça posteriormente. Os animais foram encaminhados para a sede do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) na capital.” – texto na íntegra da matéria “Polícia apreende 30 cobras e outros animais exóticos em casa no Bairro Pompéia”, publicada em 5 de janeiro de 2015 pelo site do jornal Estado de Minas
A história contada pelo funcionário da zoonoses pode ser verdade, sendo ele (ou seu parente biólogo) um criador por lazer – o que já seria eticamente sério para profissionais que devem conhecer a legislação da área em que trabalham e as consequências do tráfico de animais para a biodiversidade e a saúde pública.
Mas há também uma grande chance de esse sujeito vender animais ou até reproduzi-los para venda dos filhotes – sendo que os apreendidos podem ser matrizes. Espera-se da polícia uma investigação séria e que o caso não fique apenas no termo circunstanciado, afinal, legalmente, a punição ao infrator será mínima, já que o crime de manter animal silvestre em cativeiro é considerado de “menor potencial ofensivo” com a possibilidade da transação penal e a extinção do processo judicial.