Uma fêmea de peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) monitorada pela ONG Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) está desaparecida. O animal chamado Flor perdeu seu equipamento de monitoramento em 30 de maio e, desde então, não se tem informações sobre sua localização. A instituição está fazendo uma campanha para tentar encontrá-lo.

De acordo com a Aquasis, Flor estava pela praia do Pirangi, no Rio Grande do Norte, quando se enroscou em uma rede de tresmalho – espécie de rede de espera usada na pesca – durante a noite. Quando pescadores soltaram o peixe-boi-marinho fêmea, o equipamento, que consiste em um cinto preso à cauda que contém um transmissor sintonizado a uma boia, que emite sinal GPS informando sua localização, se desprendeu. Agora, ela se encontra sem qualquer forma de monitoramento, podendo ser identificada apenas pelo número “15” marcado no dorso e próximo de sua cauda.

A Aquasis observou que Flor estava se deslocando ao sul, podendo já ter atingido a Paraíba ou, até mesmo, Pernambuco. Porém, advertem que ela faz longas paradas por onde passa, o que mantém a possibilidade de que esteja pelo Rio Grande do Norte. A equipe da Aquasis buscou, nesses primeiros 15 dias de desaparecimento, ampliar ao máximo a área de buscas, solicitando ajuda da população e de projetos parceiros em outros Estados. A ONG lembra que o peixe-boi-marinho está ameaçado de extinção no Brasil.

Flor foi resgatada ainda filhote em 2019, encalhada na praia das Agulhas, em Fortim (CE). Ele foi solta em abril, em Icapuí (CE), após passar por todo o processo de reabilitação sob responsabilidade da Aquasis.

O que fazer para ajudar a encontrar Flor

A ajuda da população é muito importante, porque é a nossa melhor chance de encontrá-la. O ideal é que, em caso de avistamento dela, que se tente confirmar pelo número “15”. Se puder fazer algum registro, envie fotos e vídeos para a gente pelos nossos canais de comunicação em cada Estado.

A Aquasis listou os parceiros que estão mobilizados para encontrar Flor:

• Ceará – Aquasis: (85) 99188-2173 e (85) 99800-0109
• Rio Grande do Norte – Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB): (84) 98843-4621 e Cemam: (84) 99943-0058
• Paraíba – Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho (83) 99961-1338  e (83) 99961-1352
• Pernambuco – Centro de Mamíferos Aquáticos: (81) 3304-1443

Outro peixe-boi deve retornar ao Brasil

Outro peixe-boi-marinho que a Aquasis acompanha é Tico, que foi solto pela ONG em 2022. O animal foi resgatado ainda filhote na praia das Agulhas, em Fortim (CE), em 2014. Ele permaneceu em reabilitação durante sete anos, retornando à vida livre nas imediações do cativeiro na praia de Peroba, em Icapuí.

Tico foi solto com o equipamento transmissor de sinal de rádio de GPS para que a equipe de monitoramento pudesse acompanhar seu deslocamento. Entretanto, nem tudo saiu como esperado e, alguns dias depois, o peixe-boi-marinho se deslocou para o oeste do Ceará, indo parar em águas profundas. O animal foi acompanhado por 45 dias, até que confirmou-se que ele estava nas ilhas de Trindade e Tobago.

No dia 5 de setembro de 2022, Tico foi resgatado na costa da Venezuela e levado para o Parque Zoológico e Botânico de Bararida, onde está até hoje.

Segundo a Aquasis, não há muitas notícias sobre o estado de saúde de Tico. O que se sabe é que, ao chegar na costa venezuelana, ele estava bem. Ainda de acordo com a ONG, já existe a autorização para trazer o peixe-boi-marinho de volta ao Brasil.

A gente já vai começar a organizar a vinda dele para o Brasil”, relatou a Aquasis.

Assim que chegar, Tico passará por um processo de quarentena e aclimatação, para então ser reabilitado e solto novamente.