Pesquisadores inibindo o tráfico de araras

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
30 de abril de 2013
“Entre essas espécies em risco, um caso emblemático é o da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), ave redescoberta no final da década de 70 que faz seus ninhos em cavidades naturais de paredões e cânions. Para contribuir para a proteção do psictacídeo, pesquisadores da Fundação Biodiversitas realizaram um projeto sobre a reprodução da ave na Estação Biológica de Canudos, na Bahia, com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O projeto acompanhou o desenvolvimento da espécie a partir do monitoramento de seus exemplares por meio de microchips, do tamanho de um grão de arroz, que são implantados na pele das aves.

Arara-azul-de-lear: espécie é muito cobiçada no tráfico
Foto: Wikimedia Commons

O acompanhamento, realizado entre 2008 e 2012, resultou na identificação de 36 pontos nos quais a arara-azul-de-lear faz seus ninhos. Além de identificados, os animais também passaram por uma avaliação, a partir da qual os pesquisadores conseguiram verificar a saúde dos animais e entender melhor seus hábitos de reprodução para definir ações assertivas de conservação.

Apesar de ser um projeto com longo prazo de execução, a simples presença dos pesquisadores na Estação Biológica de Canudos já inibiu o tráfico de aves na região. O compartilhamento das informações obtidas por meio dos microchips com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está ajudando o órgão a mapear os principais locais onde as aves são capturadas.” – texto da matéria “Em defesa da Caatinga”, publicada em 26 de abril de 2013 pelo site EcoAgência

O tráfico de arara-azul-de-lear, espécie classificada pelo Ibama como “criticamente em pergio” de extinção, é apenas um no universo dos psitacídeos.

“Apenas cerca de 5% dos psitacídeos no comércio são provenientes de criação em cativeiro, o restante é retirado da natureza, pois a reprodução desses animais é difícil e cara.” – texto do 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestres, da ONG Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), de 2001

E uma das formas de evitar a captura para o mercado negro é fiscalizando. Na verdade, a simples presença de gente trabalhando e contribuindo para a conservação já ajuda a inibir a retirada dos bichos de seu hábitat. É o que está acontecendo em Canudos.

Será que a redução da captura também não está acontecendo pela mensagem que os pesquisadores deixam por onde passam? Pelo contato deles com as comunidades?

Pesquisa gerando mais que conhecimento…

– Leia a matéria completa da EcoAgência

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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