“Para evitar a morte de animais silvestres que transitam pelas rodovias que cortam o Estado – e o País -, algumas concessionárias implantaram o que chamam de passagens de fauna. Os túneis construídos ou adaptados sob o asfalto são uma opção para evitar que esses animais cruzem a pista e sejam atropelados. Segundo a Agência Reguladora de Serviços Públicos (Artesp), na malha estadual sob sua concessão há 112 passagens de fauna ou drenagens adaptadas, mas outras 30 novas passagens estão em fase de projeto.” – texto da matéria “Passagens de fauna ainda são poucas na região”, publicada em 8 de janeiro de 2015 pelo site do Jornal de Jundiaí (SP)
Os números, sem ninguém os analisando, não querem dizer muita coisa. Afinal, quase a totalidade dos leitores é leiga e não saberá mensurar o que está sendo apresentado pela notícia. A única informação indicando que a quantidade de passagens de fauna é pouca está no título. Em todo o texto, não há subsídios para confirmar essa afirmação.
Seria interessante que algum especialista isento, não ligado às concessionárias ou à agencia, pudesse analisar a situação. Além de poder afirmar se a quantidade de passagens de fauna é insuficiente, ele poderia verificar se as passagens estão adequadas para atender aos animais que vivem nas localidades e se fazem parte de um conjunto de estruturas que visam a redução dos atropelamentos.
As passagens de fauna isoladas podem não ser eficientes. Cercas condutoras dos animais até as passagens, retirada de carcaças de bichos mortos que atraem novas vítimas, a identificação de plantas que atraem os animais nas margens das pistas, campanhas educativas junto aos motoristas e inúmeras outras ações devem estar coordenadas e funcionando juntas para o sucesso de um projeto de redução de atropelamentos de fauna.
As concessionárias, o poder público e a imprensa parecem ficar satisfeitas com a existência de passagens de fauna. A redução dos atropelamentos vai muito além disso.