
Do enorme muriqui ao pequeno sagui-caveirinha e ao barulhento bugio, quem visita o Parque Estadual do Rio Doce, ou PERD, no leste de Minas Gerais, pode encontrar durante seu passeio até sete espécies de primatas. Claro que, além de muita sorte e olhos afiados, cabe ao turista saber identificar cada um deles.
Com o objetivo de sensibilizar as pessoas e divulgar esses ilustres habitantes do parque mineiro, o projeto Primatas PERDidos elaborou um guia de bolso ilustrado para identificação das espécies que podem ser encontradas por ali. Das sete, cinco são nativas, sendo três delas sob algum grau de ameaça. Além dos dados sobre risco de extinção, o guia informa sobre a alimentação, tamanho, distribuição e traz uma foto e apresentação básica de cada uma das espécies nativas.

Turismo de observação
O guia promove o turismo de observação de primatas – ou primate watching – que, assim como no caso das aves, busca atrair turistas focados na contemplação da fauna e até mesmo de animais específicos. No Parque Estadual do Rio Doce, uma das espécies emblemáticas é o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), maior primata das Américas e “Criticamente em Perigo” de extinção de acordo com a avaliação nacional do ICMBio.
Outras espécies que podem encantar e surpreender os turistas do Parque Estadual do Rio Doce são o bugio-ruivo (Alouatta guariba), guigó (Callicebus nigrifrons), sagui-caveirinha ou sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita) e o macaco-prego (Sapajus nigritus). Também podem ser observados dois saguis invasores: o mico-estrela (Callithrix penicillata) e o sagui-da-cara-branca (Callithrix geoffroyi), assim como híbridos dos dois. Todas as espécies estão ilustradas no guia pelo artista Stephen Nash.