Parque do Mico promove festival de aves no Rio de Janeiro

O evento é gratuito, mas é preciso se inscrever.

Isabella Baroni
Reportagem e edição de textos

Nascida em Jundiaí (SP), é bióloga pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e estudante de Jornalismo pela Universidade Cruzeiro do Sul, o que permite integrar seus trabalhos em educação ambiental com a comunicação.
Atuou em projetos voltados à conservação do mocho-dos-banhados no município de Americana (SP), da onça-pintada no Contínuo do Paranapiacaba (SP), da anta em São Miguel Arcanjo (SP), além da relação da sociedade com a natureza na Reserva Biológica Municipal Serra do Japi em Jundiaí e Capão Bonito e região.
Atualmente reside em Campo Grande (MS).
Sua paixão pelo jornalismo ambiental surgiu em meio à Rio+20, enquanto participava da Cúpula dos Povos e acompanhava os debates internacionais sobre o clima e Amazônia.

02 de outubro de 2023

FAUNA NEWS - Festival de aves do Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado.

Já estão abertas as inscrições para o 1º Festival das Aves do Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado. O evento ocorrerá entre os dias 6 e 8 de outubro, com atividades no próprio Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado , em Silva Jardim (RJ), e também na Reserva Biológica União, em Rio das Ostras (RJ). As atividades são gratuitas, mas é necessário inscrição.

Além de passarinhadas guiadas no interior do parque e da reserva biológica, o festival contará com palestras sobre observação e conservação de aves na região, ministrada pelo biólogo Luciano Lima, sobre o projeto Jacutinga, com a pesquisadora Alcsandra Tassoni, e sobre a conservação do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), com o secretário-executivo da Associação Mico-Leão-Dourado, Luiz Paulo Ferraz.

“A ideia do festival surgiu a partir da implementação de um roteiro para observadores de aves aqui no parque. Toda a região em que o Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado está inserido, que é a Mata Atlântica de baixada, tem um potencial muito grande de turismo de observação de fauna e, principalmente, de aves”, conta a assessora técnica da Associação Mico-Leão-Dourado, Laila Mureb, que está organizando o festival juntamente com o consultor Luciano Lima.

Os festivais de aves tem se tornado eventos tradicionais em diferentes regiões do Brasil, como o Festival de Aves de Porto Seguro, de Ilhabela, de Paraty, além de várias outras iniciativas.

O principal objetivo deste evento é celebrar a biodiversidade, utilizando as aves como ponto focal. A programação é pensada para atrair um público amplo, envolvendo desde estudantes e população local até observadores de aves mais dedicados de outros municípios e até Estados”, destaca Luciano Lima.

Avifauna na região atrai turismo de observação

A Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio São João, região onde está inserido o Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado, é uma das regiões mais importantes para conservação de aves no estado do Rio de Janeiro. Ela abriga alguns dos remanescentes de Mata Atlântica de baixada mais expressivos ainda existentes no território fluminense.

“Diversas espécies de aves com ocorrência associada a esse tipo específico de floresta podem ser encontradas na região e são muito procuradas pelos observadores de aves como, por exemplo, cabeça-encarnada, cabeça-branca, tangará-rajado, cambada-de-chaves, entre outras. No total, aproximadamente 420 espécies já foram registradas na região da bacia do rio São João, sendo que destas, 186 já foram confirmadas dentro do Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado, números que tendem a aumentar com mais estudos e com mais observadores de aves visitando a região”, conclui Luciano.

Dentre as 186 espécies de aves observadas no local, 29 delas são endêmicas, número que representa 12% da avifauna endêmica de toda a Mata Atlântica. Além disso, 18 delas estão ameaçadas de extinção, como o beija-flor rabo-branco-mirim (Phaethornis idaliae).

“Próximo à sede do parque, onde fica também a sede da Associação Mico-Leão-Dourado, avistamos com frequência a saíra-sete-cores (Tangara seledon), a saracura-do-mato (Aramides saracura) e o tiê-sangue (Ramphocelus bresilius). Há também uma árvore próxima ao lago com inúmeros ninhos de guaxe (Cacicus haemorrhous)”, cita Laila Mureb.

O festival já conta com 60 inscritos e receberá inscrições até o dia 6 de outubro, por meio de formulário.

Sobre o autor / Isabella Baroni

Nascida em Jundiaí (SP), é bióloga pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e estudante de Jornalismo pela Universidade Cruzeiro do Sul, o que permite integrar seus trabalhos em educação ambiental com a comunicação. Atuou em projetos voltados à conservação do mocho-dos-banhados no município de Americana (SP), da onça-pintada no Contínuo do Paranapiacaba (SP), da […]