Pará: filhotes de onça, educação ambiental e Cetas

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
27 de novembro de 2013
“Equipes do Grupamento Fluvial de Segurança Pública (Gflu) participam de uma operação no Parque Estadual do Charapucu, localizado no município de Afuá, no Arquipélago do Marajó, em apoio à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), que coordena as ações de fiscalização. A operação, que teve início no último dia 18, conta ainda com a participação da Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil, e do Batalhão de Polícia Ambiental, da Polícia Militar. O objetivo é intensificar as ações de vistoria e fiscalização na área.

(…) Durante a ação de fiscalização, as equipes resgataram dois filhotes de onça, uma pintada e uma preta, ambas com cerca de 2 meses de idade. Os animais foram encontrados em casas de moradores ribeirinhos e, em seguida, receberam tratamento médico veterinário, foram amamentados e encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), órgão gerenciado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Macapá.” – texto da matéria “Grupamento Fluvial e Sema levam a operação Charapucu ao Marajó”, publicada pela Agência Pará (do governo paraense) em 27 de novembro de 2013

Estados da Amazônia ainda precisam de muita educação ambiental voltada para o contato da população com animais silvestres. Há duas grandes linhas formadoras do povo da região: os nordestinos e os indígenas. Em ambos há, fortemente, o hábito de manter animais silvestres em cativeiro domiciliar.

É o que acontece quando, por exemplo, populações ribeirinhas abatem fêmeas com filhotes durante a caça (seja para alimentação ou para “defesa”). Os pequenos animais acabam se tornando os bichos de estimação. É assim com primatas e com felinos. Foi, provavelmente, o que ocorreu com as duas onças apreendidas.

Os trabalhos de conscientização da população deveriam orientar sobre os problemas da caça as consequências de manter animais em cativeiro. Em casos de possíveis conflitos entre, por exemplo, felinos e moradores (que pretendem defender animais domésticos e de produção) deveriam ser oferecidas alternativas de captura e afastamento das onças sem a morte delas.

Outro problema que ficou evidente com a operação é a falta de Centros de Triagem de Animais Silvestres no estado do Pará. O único Cetas paraense pertence à Mineração Rio do Norte, foi inaugurado em 2012 na região da Floresta Nacional Saracá-Taquera, onde ocorre a
extração de bauxita pela mineradora.


Um estado com o tamanho do Pará e a biodiversidade que possui deveria ter mais infraestrutura para cuidar de sua fauna. Da União, do Estado e dos Municípios não existe nada. As duas onças tiveram de seguir para Macapá.
Lamentável.

– Leia a matéria completa da Agência Pará

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Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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