“Na noite desta terça-feira (13), policiais rodoviários federais faziam fiscalização na altura do quilômetro 599 da BR 324, trecho do município de Simões Filho (BA), quando abordaram um veículo Fiat/Pálio, com placas de Lauro de Freitas (BA).
Durante os procedimentos de fiscalização, a equipe solicitou os documentos de porte obrigatório e resolveu fazer uma vistoria no interior do automóvel.
Dentro do porta-malas foi encontrada uma ave da conhecida popularmente por arara-canindé. O pássaro (araras não são pássaros – esclarecimento do Fauna News) estava confinado em uma caixa de papelão, ambiente escuro e sem a ventilação adequada.
Dada às circunstâncias, o passageiro de 35 anos de idade assumiu a responsabilidade pelo aprisionamento ilegal do animal. Ele disse que comprou a ave por R$ 1 mil na cidade de Feira de Santana. Informou ainda não possuir autorização do órgão ambiental para criação.” – trecho do nota de divulgação da Polícia Rodoviária Federal publicada no site da instituição em 14 de setembro de 2022
Feira de Santana é um dos maiores centros de tráfico de animais do Brasil. Próximo de Salvador e com acesso fácil a grandes rodovias, como a BR-116, a BR-324 e a BR-101, o município há décadas se destaca por abrigar depósitos de comerciantes ilegais de fauna e pela venda de bichos em feiras de rua, como a do bairro Estação Nova.
E o tráfico de animais tão intenso só ocorre porque tem gente comprando. É o caso deste homem de 35 anos, que pagou R$ 1 mil pela arara-canindé (Ara ararauna): a atitude dele incentiva o traficante de fauna a encomendar mais animais, que serão cruelmente capturados na natureza para viverem o resto de suas vidas em viveiros, gaiolas ou poleiros.
O sujeito vai responder pelo crime (sim, comprar animal silvestre de traficante é crime!) em liberdade. Talvez aprenda a lição pelo prejuízo financeiro, pois criminalmente não vai acontecer nada.
Quem compra animal de traficante é cúmplice de um crime cruel e ajuda a destruir o equilíbrio dos ecossistemas. O poder público não vai reduzir esse problema somente com repressão. Sem educação ambiental para sensibilizar e conscientizar as pessoas do problema, a realidade não vai mudar.
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