Por Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
Alagoas. Na Área de Proteção Ambiental (APA) de Murici, que inclui os municípios de Murici, Branquinha, União dos Palmares, Ibateguara, Colônia Leopoldina, Novo Lino, Joaquim Gomes e Flexeiras, equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) realizam sete dias de intensa fiscalização com foco em crimes contra a fauna. Entre 26 de junho e 2 de julho, 374 pássaros, dois jabutis, um tatu abatido, 450 gaiolas e alçapões, 16 tatuzeiras (armadilhas para capturar tatus), cinco armas de fogo e cinco armadilhas de disparo “cano” foram apreendidos.
Entre as aves apreendidas havia um Tangara fastuosa (pintor-verdadeiro ou saíra-sete-cores-do-nordeste), espécie que está ameaçada de extinção, e cinco Sporophila angolensis (curiós), espécie regionalmente ameaçada de extinção.
De acordo com o ICMBio, os moradores dos municípios que formam a APA e de regiões vizinhas são receptadores de animais silvestres vivos e de carne de caça. No local, o hábito de criar aves silvestres em gaiolas é bastante forte, o que incentiva bastante a ação de traficantes de fauna. O comércio ilegal de animais é, segundo o IMA, intenso na área.
As aves que não tinham condições de serem soltas foram encaminhadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Maceió. Os infratores identificados foram multados e responderão pelos crimes ambientais em liberdade. No total, R$ 67 mil em multas foram aplicadas.
Dentro da área da APA existe a Estação Ecológica (Esec) de Murici. Enquanto nas APAs há propriedades particulares e moradores e o objetivo é disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, as Esecs são unidades de conservação de proteção integral. Nelas, toda a extensão territorial é de do poder público, não é permitida a visitação, sendo possível somente a realização de atividades voltadas à conservação e à pesquisa científica.
A Estação Ecológica de Murici foi criada em 2001 e possui 6.131 hectares composta por Mata Atlântica. Em seu interior está o maior fragmento desse bioma ao norte do rio São Francisco, onde vivem animais de espécies endêmicas (que só existem ali) e ameaçadas de extinção. Na Esec, há pelo menos 40 espécies de aves endêmicas e ameaçadas de extinção.
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