ONG promove pesquisa para conhecer percepção social sobre zoológicos

O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA), por meio da iniciativa Vida Silvestre, Vida Livre, está promovendo uma pesquisa sobre a percepção social sobre a função dos zoológicos. A coleta de informações está sendo feita por meio de um questionário, que está disponível até 30 de setembro.

O FNPDA é uma organização sem fins lucrativos que desenvolve ações de proteção e defesa de animais domésticos e silvestres. A entidade, que critica o uso de animais para o entretenimento – inclusive pelos zoológicos – quer saber qual a visão que a população tem dessas instituições.

“Queremos identificar qual a percepção da nossa sociedade sobre as funções desempenhadas pelos zoológicos. Especificamente, quais funções as pessoas mais associam aos zoológicos e como avaliam funções frequentemente associadas a essas instituições, como o entretenimento, conservação e educação ambiental. Queremos também entender como as pessoas associam a exposição pública em zoológicos à exploração animal e se concordam que as visitas aos zoológicos passem a ser mais restritas e guiadas por profissionais capacitados”, explicou o biólogo e gerente de projetos do FNPDA, Luiz Rezende.

A consulta pública servirá de base para um relatório com dados que irão subsidiar análises técnicas, proposição de projetos de lei sobre zoológicos e conteúdos de conscientização nas redes sociais. O documento deve ser lançado em novembro. Esse trabalho é parte da campanha “Zoológico para quê?”.

Animais como objetos de entretenimento

O FNPDA aponta que a legislação brasileira define zoológicos como “coleções de animais silvestres mantidos vivos em cativeiro ou em semiliberdade e que são expostos à visitação pública para finalidades sócioculturais, conservacionistas e científicas”. Luiz Rezende afirma que, nesse contexto, os animais são objetos de entretenimento humano. Como exemplo, ele cita que os recintos são “pensados não só para garantir o bem-estar aos animais, mas para favorecer a sua exposição aos visitantes”.

Porém, a entidade deixa evidente que sua posição é crítica por considerar antitética e cruel a exploração da fauna silvestre em cativeiro pelos zoológicos, não negando o trabalho de pesquisa e conservação que ocorre nesses espaços – mas não em todos.

Pesquisa e educação

Os zoológicos realizam ações como reprodução em cativeiro de animais de espécies ameaçadas, além do suporte para atividades de reabilitação e reintrodução de fauna silvestre. Contudo, Luiz justifica que essas funções não deveriam estar associadas ao entretenimento humano, mesmo sob a justificativa de financiamento.

A questão da educação ambiental também é ponto de crítica, pois o FNPDA considera que o uso de animais e a eficácia dessa prática são aspectos duvidosos. “Muitas ações de educação ambiental que são feitas em zoológicos são notadamente superficiais e conduzidas sem critérios claros de validação, acompanhamento e avaliação”, afirma Luiz.

Se educação é uma função importante dos zoológicos, essas instituições deveriam ter assistência permanente de profissionais de educação ambiental em seu quadro de funcionários e ter planos pedagógicos definindo sua estratégia”, concluiu o gerente de projetos do FNPDA.