Por Luciana Ribeiro
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Nomes populares: urubu-rei, urubu-real, urubu-branco, urubutinga, urubu-rubixá, urubu-preto-e-branco, corvo-branco e iriburubixá
Nome científico: Sarcoramphus papa
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Os animais saprófagos, aqueles que se nutrem de matéria orgânica em decomposição, sofrem um grande estigma. Entretanto, eles desempenham um papel importantíssimo na limpeza do meio ambiente. Entre esses animais estão os urubus e o maior e mais colorido urubu do Brasil é o urubu-rei, encontrado em florestas com clareiras, campos e pastagens por todo o país.
Ele é chamado de urubu-rei não só pelo seu tamanho, mas também pelo seu comportamento. O urubu-rei tem um bico muito forte, capaz de romper o couro mais resistente de uma carcaça, fazendo com que ele seja o primeiro a se alimentar, antes dos outros urubus, que se aproveitam do trabalho feito pelo urubu-rei. Mas eles têm que esperar, fazendo que ele pareça mesmo o rei do pedaço.
Seu nome científico, Sarcoramphus papa, também evidencia essa realeza, além de uma peculiar característica física. Do grego, sarx significa carne e rhamphus, bico. Já o papa, do latim, significa papa, como o da Igreja Católica, maior, maioral. Assim, uma tradução livre desse nome pode ser "papa dos abutres com carúncula no bico".
O tecido carnoso sobre o bico é uma de suas características físicas, como a cabeça e o pescoço nus, coloridos em tons de vermelho, amarelo e laranja. A plumagem é predominantemente branca, com cauda e parte das asas pretas. Sua envergadura chega a quase dois metros e seu comprimento é de cerca de 85 cm. Pesa entre três e cinco quilos.
O urubu-rei tem uma dieta estritamente carnívora, mas só se alimenta de animais mortos. Esse o seu importante papel saneador: eliminar matérias orgânicas em decomposição. Normalmente se alimenta das carcaças de mamíferos de médio e grande porte, como antas e capivaras, contudo pode comer também corpos de grandes peixes, jacarés, serpentes e aves. Aparentemente eles são imunes ao botulismo. O suco gástrico dos urubus tem características bioquímicas que eliminam o perigo de infecção.
Diferente do urubu-comum (Coragyps atratus), que vive em grupos de vários indivíduos, o urubu-rei é visto voando bastante alto sozinho ou em pares. Tem hábitos diurnos e dorme empoleirado em um galho. Na época de reprodução, o macho corteja a fêmea abrindo e fechando as asas, exibindo as cores da parte superior da cabeça. A postura é de um a dois ovos, com incubação de 53 a 58 dias. O filhote demora mais de quatro meses para sair do ninho e alçar seus primeiros voos.
