
Por Luciana Ribeiro
lucianariveiro@faunanews.com.br
Nome popular: tuco-tuco
Nome científico: Ctenomys (gênero)
Estado de conservação: Ctenomys flamarioni – “em perigo” na lista vermelha da IUCN e na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção; Ctenomys minutus – “dados insuficientes” na lista vermelha da IUCN e “vulnerável” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção; Ctenomys lami – “vulnerável” na lista vermelha da IUCN e “em perigo” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
O tuco-tuco é um simpático roedor. Maior e mais peludo que um rato, é encontrado apenas na América do Sul. No Brasil, ele ocorre no Rio Grande do Sul, no sul de Santa Catarina e na região Centro-oeste. São reconhecidas cerca de oito espécies no país, mas há controvérsias taxonômicas e pode ser que na realidade sejam apenas cinco espécies. Três delas, encontradas no Rio Grande do Sul, a Ctenomys flamarioni, a Ctenomys minutus e a Ctenomys lami, aparecem nas listas de espécies ameaçadas de extinção.
Uma das maiores ameaças ao tuco-tuco é a construção civil. Os tuco-tucos passam a maior parte da vida em galerias subterrâneas. Eles cavam buracos e fazem tocas sob o solo. Em verdadeiras obras de engenharia, constroem grandes redes de túneis e nascem, crescem, se alimentam e se reproduzem debaixo da terra. Só que o avanço imobiliário nas planícies litorâneas do Rio Grande do Sul ergue casas sobre a área onde eles vivem e acabam com suas tocas e galerias, ou seja, as casas dos humanos acabam com as casas dos tuco-tucos.
Já as espécies que vivem em outras regiões do Estado, nos campos arenosos dos pampas, sofrem com outra ação humana, que igualmente destrói seu habitat: os plantios de soja e de eucalipto, que degradam o solo.
Parente da capivara e da paca, o tuco-tuco mede cerca de 25 cme é adaptado para viver no subsolo, com cauda e orelhas reduzidas e maior desenvolvimento da musculatura e das unhas. Seus grandes e resistentes dentes, que ficam para fora da boca deixando-o parecido com a marmota do hemisfério norte, ajudam as patas no trabalho de escavação.
Como vive embaixo da terra, o tuco-tuco come muitas raízes. Mas também se alimenta de gramíneas encontradas próximas à entrada de seus túneis. E no final do dia costumam limpar suas tocas. É nesse momento que é possível avistar um espécime desse curioso animal, que vive solitário em sua galeria subterrânea.
A época de reprodução do tuco-tuco vai de julho a novembro e costumam nascer dois filhotes depois de dois meses de gestação. A expectativa de vida é de cinco anos.
O tuco-tuco tem uma característica que é de grande interesse para os estudos sobre evolução das espécies. Diferentemente de mamíferos como os humanos, que têm um número definido de pares de cromossomos, estes roedores apresentam variações no número de cromossomos.
E de onde vem o nome tuco-tuco? Do som que os machos emitem quando se sentem ameaçados.