
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: toninha, franciscana
Nome científico: Pontoporia blainvillei
Estado de conservação: “vulnerável” na lista vermelha da IUCN e “criticamente em perigo” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Não, a toninha não é uma garota. Ela é um pequeno cetáceo, uma parente próxima dos golfinhos e dos botos. E, tristemente, ela está em risco: é a única espécie de pequeno cetáceo ameaçada de extinção no Brasil e a mais ameaçada no Atlântico Sul ocidental.
A toninha habita as águas do oceano Atlântico que banham a costa brasileira a partir do Espírito Santo indo até a costa argentina, no golfo San Matias.
A principal ameaça à sobrevivência da espécie é a pesca de emalhe (uma rede retangular que é estendida no mar no ponto de passagem de cardumes) e de arrasto, tanto artesanal quanto industrial. Além disso, como é uma espécie costeira, a toninha sofre também com a poluição das águas, que degrada a qualidade de seu habitat.
Considerada uma espécie pequena, a toninha fêmea é um pouco maior que o macho, podendo chegar a 1,6 m de comprimento, enquanto o macho chega a 1,4m. Elas são mais pesadas também, com uma média de 33 kg contra os 27 kg dos machos. A nadadeira dorsal é pequena e triangular e a nadadeira peitoral lembra o formato de uma espátula. Uma característica singular da toninha é seu bico fino e longo, com mais de 200 dentes. Sua coloração pode variar entre tons de marrom, cinza e amarelo.
As toninhas são mais tímidas e discretas e não costumam saltar como os golfinhos nem se aproximar de barcos com motor. Vivem em pequenos grupos de dois a cinco indivíduos, mas, muitas vezes, vários grupos ocupam uma mesma área. Sua dieta é composta de peixes e lulas.
O ciclo de vida da toninha é o mais curto entre os cetáceos. Ela atinge a maturidade sexual entre dois e cinco anos de idade e a fêmea dá à luz a um filhote a cada um ou dois anos. A gestação dura cerca de 11 meses e o tempo de lactação pode chegar a nove meses.
Existem esforços pela preservação da toninha. A Univille, Universidade da Região de Joinville, mantém o Projeto Toninhas, com pesquisas voltadas à ecologia e ao comportamento da espécie e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) elaborou o PAN Toninha, um plano de ação nacional para a conservação do pequeno cetáceo.