
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: tatu-canastra, tatuaçu, tatu-gigante
Nome científico: Priodontes maximus
Estado de conservação: “vulnerável” na lista vermelha da IUCN e na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Qualquer que seja a língua – o latim do nome científico, o tupi ou o inglês – há a indicação de que se trata de um animal muito grande. No latim há o “maximus”, em tupi, o sufixo “açu”, que significa grande, e em inglês seu nome é “giant armadillo”. Não há dúvidas, o tatu-canastra é o maior tatu do mundo, chegando a medir 1,5 m de comprimento e pesar 50 kg.
Ele tem uma grande carapaça dorsal e a cabeça, as pernas e a cauda são cobertas por escamas. Suas garras frontais são enormes, a central pode ultrapassar os vinte centímetros. Mas isso não é à toa, elas são sua ferramenta de trabalho. O tatu-canastra é um exímio cavador. Cava tocas muito grandes, com cerca de 35 cm de diâmetro, 40 cm de altura e 30 cm de largura. É nelas, lá embaixo da terra, que ele passa a maior parte do tempo. E muitas outras espécies acabam se aproveitando e usando também as tocas dos tatus-canastra.
A habilidade de cavar tocas é tão importante que o tatu-canastra é considerado um "engenheiro ecológico", pois essas escavações alteram o ambiente físico ao seu redor e criam novos habitat, influenciando a disponibilidade de recursos e todas as espécies que dependem deles.
O tatu-canastra se alimenta exclusivamente de cupins e formigas. Com suas garras enormes ele é capaz de quebrar cupinzeiros inteiros em poucos minutos. Existem poucos estudos sobre a reprodução do tatu-canastra, mas acredita-se que a gestação leve cerca de cinco meses e que a fêmea tenha apenas um filhote por gestação, o que acarreta em uma baixa densidade populacional.
A distribuição geográfica do tatu-canastra é bastante ampla, indo a leste dos Andes do norte da Argentina até a Guiana Francesa e ocorrendo no Brasil em praticamente toda a região do Cerrado, no Pantanal, na Amazônia e em fragmentos da Mata Atlântica. Mas em nenhuma dessas regiões ele é um animal comum, facilmente encontrado. Ao contrário, ele está ameaçado de extinção. Naturalmente, o animal tem uma baixa densidade populacional e baixa taxa reprodutiva, mas além disso, há a rápida deterioração de seus habitat e a caça, principais ameaças ao tatu-canastra. Com isso ele pode desaparecer da natureza rapidamente.