
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nome popular: tatu-bola
Nome científico: Tolypeutes tricinctus
Estado de conservação: “vulnerável” na lista vermelha da IUCN e “em perigo” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Ele foi mascote da Copa do Mundo de 2014. Mas isso não garantiu uma situação confortável para ele. O tatu-bola, a menor, menos conhecida e única espécie de tatu endêmica do Brasil, continua ameaçado. Com distribuição restrita à Caatinga e ao Cerrado, a espécie sofre duas grandes ameaças: a caça e a perda de habitat.
A caça predatória e de subsistência é o maior perigo para a espécie. É muito simples capturar um tatu-bola: suas únicas estratégias de defesa são a fuga e o ato de se enrolar no formato de uma bola. Correndo em fuga ele é facilmente alcançado por uma pessoa. E quando se enrola pode ser pego sem oferecer qualquer risco.
E é nessa estratégia de defesa que o tatu-bola apresenta sua característica mais singular: a capacidade de curvar completamente a carapaça sobre o corpo, ficando no formato de uma bola. Mas essa estratégia não é eficiente contra todos os predadores, já que além de torná-lo presa fácil para caçadores, a carapaça é perfurada por alguns canídeos.
Para conseguir esse feito de se enrolar todo, o tatu-bola tem três bandas móveis na carapaça (mas já foram registrados indivíduos com duas e outros com quatro dessas bandas móveis). Ele possui cinco dedos nas patas, sendo que nas patas traseiras o segundo, terceiro e quarto dedos são fundidos e o primeiro e o quinto, ligeiramente separados. A cauda é totalmente coberta com escudos e é quase inflexível. Pesa entre 1 e 1,8 kg e costuma ter cerca de 30 cm de comprimento.
O tatu-bola não cava tocas, mas usa como abrigo as feitas por outros animais. Também se abriga em depressões do terreno ou se cobrindo com folhas. Ele é um insetívoro especialista que se alimenta principalmente de cupins e formigas, com uma pequena complementação de dieta composta de outros invertebrados e algum material vegetal.
Durante a época do acasalamento é possível observar mais de um macho acompanhando a mesma fêmea. E isso facilita ainda mais a caça de vários indivíduos de uma só vez. O tempo de gestação é estimado em 120 dias e as fêmeas costumam parir apenas um filhote por ninhada e raramente dois.