
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: tartaruga-verde, aruanã, uruanã
Nome científico: Chelonia mydas
Estado de conservação: “em perigo” na lista vermelha da IUCN e “vulnerável” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
A tartaruga-verde, que pode ser encontrada nos mares tropicais e subtropicais, em águas costeiras e ao redor de ilhas, é uma espécie ameaçada. Seu casco é castanho esverdeado ou acinzentado e o ventre é branco. Epa, então por que ela é chamada de tartaruga-verde? A denominação vem em função não da cor do casco ou do corpo e sim da sua gordura corporal. Ela tem cerca de 1m20 de comprimento e pesa em média 160 kg.
No Brasil, a tartaruga-verde é encontrada principalmente em Fernando de Noronha (PE), Trindade (ES) e no Atol das Rocas (RN). Essas ilhas oceânicas são as principais áreas de desova da espécie por aqui. As desovas geralmente vão de dezembro a junho, com um pico reprodutivo em fevereiro e março. Num intervalo de 10 a 13 dias, as fêmeas têm de uma a onze posturas, com uma média de 120 ovos por ninho. O período de incubação é de cerca de 50 dias a taxa de eclosão é de 73%. Depois de uma temporada reprodutiva, a fêmea pode ficar até três anos sem uma nova postura.
Ao longo da vida as tartarugas-verdes mudam tanto de habitat quanto de hábitos alimentares. São encontradas em praias nos períodos de postura, mas, quando adultas, passam a maior parte do tempo em baías costeiras, lagoas e baixios com pradarias marinhas. Na juventude, essas tartarugas são onívoras, mas depois de adultas passam a se alimentar basicamente de ervas marinhas, um caso único entre as tartarugas marinhas.
Assim como outras tartarugas marinhas, as tartarugas-verdes viajam por distâncias enormes entre suas áreas de alimentação e as praias de desova. Chegam a nadar mais de 2.600 quilômetros nessas viagens. E as tartarugas-verdes adultas, tanto fêmeas quanto machos, sempre voltam para as praias onde nasceram. Durante a noite, as fêmeas vão para a areia escavar os ninhos onde põem os ovos. Quando nascem, os filhotes caminham decididos em direção ao mar. Os que sobrevivem vivem até 80 anos.
As maiores ameaças à tartaruga-verde são a poluição dos mares e a destruição das praias onde nidificam. Também sofrem com a captura acidental por redes de pesca e com a caça ilegal. No mundo inteiro há iniciativas de proteção à espécie. No Brasil, a tartaruga-verde é uma espécie protegida dentro de várias unidades de conservação e há um plano de ação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que é conduzido pelo Projeto TAMAR, com o objetivo de pesquisar, conservar e realizar o manejo da tartaruga-verde e das outras tartarugas marinhas brasileiras ameaçadas de extinção.