
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: sauim-de-coleira, sagui-de-duas-cores, sauim-de-manaus
Nome científico: Sanguinus bicolor
Estado de conservação: “em perigo" na lista vermelha da IUCN e “criticamente em perigo” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Manaus está assistindo bem de perto à nem tão lenta extinção de uma espécie. O sauim-de-coleira, primata endêmico de uma pequena área da região amazônica exatamente onde fica capital do Estado, está seriamente ameaçado.
O crescimento desordenado das cidades, com construção de avenidas e estradas, e o desmatamento fragmentam o habitat do sauim. Encontrado nos remanescentes florestais de Manaus, o primata também sofre outras grandes ameaças: atropelamentos, choques elétricos, conflitos com animais domésticos, como cães, e captura. E não para aqui: o pequeno sauim-de-coleira também tem que competir por seu território com o sauim-de-mão-dourada (Sanguinus midas). Com isso, a população do Saguinus bicolor reduziu 80% de 1997 até hoje.
O sauim-de-coleira é pequeno, a cauda, que tem entre 30 cm e 40 cm, é maior que o corpo, que mede pouco mais de 20 cm. Seu peso é de cerca de 450 g. Não à toa ele recebeu o nome de bicolor. A parte de cima do corpo, como uma grande coleira, tem pelagem branca, enquanto que a parte inferior é marrom. E a cabeça é desprovida de pelos.
Esses primatas vivem em grupos de até 15 indivíduos e somente a fêmea alfa tem filhotes. Mas os cuidados com as crias são dividos entre todo o grupo. O sauim-de-coleira se alimenta de frutas, flores, néctar, insetos, aranhas, pequenos vertebrados e ovos de aves.
Em 2005 um decreto municipal transformou o sauim-de-coleira em símbolo de Manaus, um mascote da cidade. E desde 2011, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mantém um Plano de Ação Nacional (PAN) para a conservação do sauim-de-coleira, com o objetivo de reduzir a taxa de declínio populacional da espécie.