
Por Luciana Ribeiro
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Nomes populares: sagui-da-serra, sagui-da-serra-claro, sagui-taquara
Nome científico: Callithrix flaviceps
Estado de conservação: “em perigo” na lista vermelha da IUCN e “em perigo” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
A história é conhecida: perda e fragmentação de habitat pelo avanço da pecuária e agricultura levam a espécie a um declínio populacional. A Mata Atlântica é um cenário bastante frequente dessa história e muitos dos protagonistas são espécies endêmicas como o Callithriz flaviceps, o simpático sagui-da-serra, que hoje está em perigo de extinção.
Não bastasse isso, o cerco contra o sagui-da-serra se estreitou recentemente com o surto de febre amarela que tem feito inúmeras vítimas entre os primatas. Esta é primeira vez que pesquisadores registram mortes por febre amarela de espécies raras como o sagui-da-serra.
O sagui-da-serra ocorre no Espírito Santo e em Minas Gerais e, a despeito de seu nome popular, é encontrado mesmo em altitudes inferiores a 300 metros acima do nível do mar. A sua distribuição se sobrepõe à de outras espécies do gênero, como o Callithrix aurita (sagui-da-serra-escuro) e o Callithrix geoffroyi (sagui-de-cara-branca).
A pelagem do sagui-da-serra é predominantemente cinzenta, com tons pardos e um amarelado mais acentuado na cabeça. A sua grossa cauda forma degraus na pelagem. Seu peso é de cerca de 400 g e seu comprimento é de pouco mais de 20 cm.
Ele vive em grupos de cinco a quinze indivíduos e cada grupo tem apenas uma fêmea reprodutiva. As fêmeas iniciam sua vida reprodutiva aos dois anos e meio, mas alcançam o posto de reprodutora dominante por volta dos cinco anos. A gestação dura cinco meses e a ninhada é de dois filhotes.
Sua alimentação é composta principalmente de goma e resina vegetais, mas também de insetos, pequenos vertebrados, ovos de pequenas aves e frutos.