Por Luciana Ribeiro
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Nomes populares: sabiá-laranjeira, sabiá-cavalo, sabiá-ponga, piranga, ponga, sabiá-coca, sabiá-de-barriga-vermelha, sabiá-gongá, sabiá-laranja, sabiá-piranga, sabiá-poca, sabiá-amarelo, sabiá-vermelho e sabiá-de-peito-roxo
Nome científico: Turdus rufiventris
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
O sabiá-laranjeira foi imortalizado por inúmeras músicas e versos famosos. Quem nunca ouviu Tristeza do Jeca, Majestade, o sabiá, Saudade da minha terra, músicas cujas letras falam do sabiá? Quem não sabe de cór os primeiros versos da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, aqueles que dizem que "minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá / as aves que aqui gorjeiam / não gorjeiam como lá"?
Sua aparência não é muito chamativa. Se destaca no seu corpo de 20 a 25 cm de comprimento, é o ventre de cor avermelhada. Mas, certamente, temos aves mais exuberantes em nossa fauna. O que realmente faz do sabiá um pássaro especial e tão homenageado é seu canto, que até parece uma flauta e inspirou os índios que o batizaram com o nome de sabiá, “aquele que reza muito”, na origem tupi. E não é só nas palmeiras das nossas matas que o sabiá canta. Ele é uma espécie que se adaptou aos ambientes urbanos e pode ser encontrado até em grandes metrópoles como São Paulo.
Só que essa adaptação causou mudanças nos hábitos do pássaro e alguns humanos se incomodam com isso. Na capital paulista é comum o sabiá cantar à noite ou mesmo em plena madrugada, lá pelas três da manhã. Pesquisadores do Instituto Passarinhar vêm coletando, por meio de pesquisa colaborativa, os horários do canto do sabiá em diversos locais do país.
E os dados coletados indicam que na cidade de São Paulo e em outras grandes capitais os sabiás começam a cantar cinco horas mais cedo que em cidades menores. O motivo disso? O alto nível de ruído nas grandes cidades. É só nesse horário da madrugada que o sabiá encontra um pouco mais de silêncio para entoar seu canto, seduzir a fêmea ou ensinar os trinados para os filhotes.
E é na primavera que seu canto fica mais frequente. A construção dos ninhos, em beirais de telhados, arbustos, árvores de folhagem densa ou bananeiras é feita de setembro a janeiro. A fêmea choca até três vezes por ano e em cada postura coloca entre três e quatro ovos. Tanto a construção do ninho quanto a alimentação dos filhotes são feitas em revezamento pelo macho e pela fêmea.
Os sabiás são encontrados mais abundantemente na região Sudeste, ainda que sua ocorrência se dê do Maranhão ao Rio Grande do Sul, além de Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Conheça melhor e colabore com o projeto “Hora do Sabiá”, do Instituto Passarinhar.