Por Luciana Ribeiro
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Nomes populares: arraia-jamanta, raia-jamanta, raia-manta-gigante
Nome científico: Manta birostris
Estado de conservação: “vulnerável” na lista vermelha da IUCN e na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Ela é um dos maiores peixes do mundo e a maior arraia conhecida. Ver uma delas nadando no mar, batendo as nadadeiras como se voasse, dando saltos majestosos sobre a água é um espetáculo e tanto. E bem difícil de se ver. As raias-jamanta vivem em mar aberto, deslocando-se por grandes distâncias nos oceanos e mergulhando a profundidades superiores a mil metros, com água a temperaturas próximas a 3°C. No Brasil, o melhor lugar para ver uma delas é no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (PEMLS), que fica no litoral paulista, e a melhor época é o inverno.
Esse peixão chega a alcançar oito metros de envergadura e a pesar mais de duas toneladas. E o que tem de grande a raia-jamanta tem de dócil. Ela interage pacificamente com mergulhadores. Aliás, esse tamanho todo é a sua única defesa, pois não possuem ferrões, espinhos ou outra estrutura para defender-se. Se alimenta de plâncton e pequenos peixes, que são filtrados na coluna d'água pelos seus três a quatro mil dentículos.
Cada indivíduo tem no ventre pintas e manchas únicas, que são como impressões digitais, diferenciando um indivíduo do outro. A coloração mais comum desta raia é cinza com o dorso negro, mas existem as raras variações melanística – toda negra – e leucística, com a pigmentação escassa.
As raias-jamanta são animais placentários, que dão à luz apenas um filhote por gestação, que dura aproximadamente 12 meses. O intervalo entre as gestações costuma ser de dois anos, com isso, a fêmea gera apenas quatro ou cinco filhotes durante a vida, pois o tempo médio de vida da espécie é de 20 anos.
Esta lenta capacidade reprodutiva aliada à pesca excessiva e à captura acidental por redes de pesca fazem com que a raia-manta seja classificada como uma espécie vulnerável nas listas nacional e internacional de espécies ameaçadas de extinção.
O Instituto Laje Viva mantém o projeto Mantas do Brasil, voltado para a conservação e a pesquisa científica da raia-manta-gigante. Entre outros objetivos, esse projeto procura estimar o tamanho populacional da espécie no Brasil, determinar suas rotas migratórias na costa brasileira e conscientizar sobre a necessidade de conservação desse peixe e do uso sustentável do nosso litoral como seu habitat. Você pode saber mais sobre esse projeto visitando o site www.mantasdobrasil.org.br.