
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: pirarucu
Nome científico: Arapaima gigas
Estado de conservação: não consta da lista vermelha da IUCN. Espécie classificada como "quase ameaçada" (NT) na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção.
Ele é um gigante. Quando adulto, chega a medir de dois a três metros de comprimento e pesar de 80 a 200 quilos. Nativo da Amazônia, o pirarucu é o maior peixe de escamas de água doce do mundo e vive nas bacias dos rios Amazonas, Tocantins e Araguaia.
E diariamente o pirarucu encara um eficiente predador. Um ribeirinho, que, de pé em uma pequena canoa, espera pacientemente o gigante vir à tona d'água para respirar por alguns segundos (o pirarucu tem dois aparelhos respiratórios, um para a respiração aquática, as brânquias, e outro formado por uma bexiga natatória modificada que funciona como um pulmão na respiração aérea). Nesse momento o arpão é atirado e o peixão começa a arrastar a canoa. Ele se cansa com o esforço e acaba sendo morto com pancadas na cabeça.
Mas a pesca com arpão não ameaça a espécie. Para arpoar um pirarucu é preciso muita experiência e a canoa não consegue carregar mais que três animais. O que coloca a espécie em risco é a pesca com redes para atender a demanda crescente pela sua carne. Cortada em "mantas", ela é salgada, fazendo com que o peixe amazônico seja conhecido como "bacalhau de água doce".
E não é só a carne do pirarucu que é utilizada. As escamas são usadas como lixa de unha e na confecção de artesanato, a língua do peixe é empregada para ralar guaraná em bastão, sua pele é um substituto do couro de boi na produção de sapatos, bolsas e roupas e os ovos das fêmeas também são consumidos.
A ameaça de extinção fez com que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) proibisse a pesca em 1996. A proibição ajudou a recuperação da espécie, mas a pesca ilegal nunca deixou de existir. Hoje há períodos de defeso regulamentados (época em que é proibido pescar) que variam conforme o Estado e o manejo do pirarucu é uma atividade realizada em várias Reservas de Desenvolvimento Sustentável na Amazônia.
O pirarucu vive em lagos e rios afluentes, de águas claras e tranquilas, longe das fortes correntezas e das águas com sedimentos. É um peixe onívoro, que se alimenta de frutas, vermes, insetos, moluscos, anfíbios, répteis, outros peixes e aves aquáticas.