
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nome popular: pica-pau-amarelo
Nome científico: Celeus flavus
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e não consta da da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção, mas a subespécie Celeus flavus subflavus aparece como “criticamente em perigo”
O mais famoso das 42 espécies de pica-paus existentes no Brasil certamente é o pica-pau-amarelo. Monteiro Lobato imortalizou essa pequena ave ao dar seu nome ao sítio que é cenário da principal obra da literatura infantil brasileira. Curiosamente, a distribuição geográfica do pica-pau-amarelo não inclui a região Sudeste, onde ficaria o sítio. Ele ocorre nas regiões Norte e Centro-Oeste, além dos Estados de Alagoas, Bahia e Espírito Santo.
Ele é encontrado em florestas, plantações de cacau, capoeiras e áreas pantanosas. É uma ave solitária, sendo mais sociável e encontrada em pequenos grupos na época da reprodução. O casal formado faz seu ninho em árvores altas e de preferências mortas. Altas para darem maior proteção em relação a predadores e mortas para ser mais fácil fazer o buraco para o ninho, onde são postos normalmente três ovos brancos e brilhantes.
Assim como todos os pica-paus, o amarelo tem como principal característica o bico pontiagudo e resistente, que usa para perfurar o tronco de árvores em busca de larvas e insetos que encontra na casca dos troncos. Com isso, a ave ajuda a manter as árvores saudáveis, controlando essa população de larvas e insetos que podem destruir o interior da planta. Ele também quebra cupinzeiros e formigueiros que ficam no alto das árvores para se alimentar e, eventualmente, come algum fruto.
O pica-pau chega a dar 100 batidas por minuto com seu bico em um tronco. Para conseguir essa proeza, ele tem músculos do pescoço muito fortes, assim como os pés, que precisam mantê-lo na posição vertical enquanto bica.
A espécie possui quatro subespécies reconhecidas: Celeus flavus flavus, Celeus flavus subflavus, Celeus flavus tectricialis e Celeus flavus peruvianus. A Celeus flavus flavus, endêmica do Brasil e com ocorrência original entre Alagoas e Rio de Janeiro, atualmente é categorizada como “criticamente em perigo” pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Acredita-se que não existam mais que 250 indivíduos maduros distribuídos em poucas localidades na Bahia e no Espírito Santo. Essa situação é fruto da perda de área e de qualidade de seu habitat causada por desmatamento e queimadas.