Por Luciana Ribeiro
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Nomes populares: peixe-boi marinho, vaca-marinha, manati
Nome científico: Trichechus manatus
Estado de conservação: “vulnerável” na lista vermelha da IUCN e “em perigo” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
O nome é peixe-boi, mas ele não é peixe, nem boi e sim um mamífero marinho que se alimenta de plantas aquáticas e semiaquáticas como algas, aguapés, capins. E como se alimenta! O peixe-boi marinho come diariamente o equivalente a 10% do seu peso. Como pesa cerca de 600 kg, ele chega a comer 60 kg de plantas por dia. Para isso, ele passa até oito horas do dia se alimentando. E no resto do tempo? Aí ele aproveita para dormir.
Esse gigante do mar tem o corpo robusto e pesado. A cabeça é pequena, com um grande e largo focinho. Possui pelos finos por todo o corpo. Quando está em atividade, ele fica de um a cinco minutos debaixo d'água, sem respirar. Depois precisa subir à superfície para tomar novo fôlego. Mas quando está em repouso, o peixe-boi consegue ficar até 20 minutos submerso.
A taxa reprodutiva do peixe-boi é baixa: a fêmea costuma ter um filhote a cada três anos. A gestação dura um ano e o período de amamentação, dois. Durante o período de amamentação, a fêmea também ensina o filhote a nadar, a subir à superfície para respirar e a se alimentar. Nos primeiras dias de vida, o filhote se alimenta exclusivamente de leite materno, mas com o passar do tempo ele começa a comer capim-agulha e algas como a mãe. O peixe-boi emite vocalizações que parecem pequenos gritos. E esse som é uma importante comunicação entre a mãe o filhote. Por meio da vocalização a fêmea é capaz de reconhecer seu filhote mesmo que ele esteja junto de muitos outros.
O peixe-boi é encontrado desde o litoral dos Estados Unidos até o Nordeste brasileiro. É uma espécie de águas rasas, fica a até cinco metros de profundidade. Originalmente, ocorria do litoral brasileiro do Espírito Santo até o Amapá. Hoje, a área de ocorrência vai de Alagoas ao Amapá, mas com áreas de descontinuidade em Pernambuco, Ceará, Maranhão e Pará. Ele ocupa também uma área comum com seu "primo" amazônico, o Trichechus inunguis.
Segundo pesquisas da Fundação Mamíferos Aquáticos, da Universidade Federal de Pernambuco e da Fundação Universidade Federal do Rio Grande, a população brasileira de peixes-boi-marinhos é estimada em cerca de mil indivíduos e ele é o nosso mamífero aquático mais ameaçado de extinção. A caça, a destruição de seu habitat e a pesca predatória são os seus grandes inimigos.