
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: papagaio-verdadeiro, papagaio-trombeteiro, papagaio-curau, papagaio-comum
Nome científico: Amazona aestiva
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Na época do descobrimento do Brasil, duas espécies de nossa rica biodiversidade chamaram a atenção dos exploradores: o pau-brasil, que teve grande importância econômica como produto de exportação da nova colônia, e os papagaios, menos importantes economicamente, mas que abundavam por aqui e se tornaram animal de estimação exótico dos europeus. O novo lugar chegou a ser chamado de "Terra dos Papagaios" (Terra Papagalli).
E aquele que é conhecido como papagaio-verdadeiro é o Amazona aestiva, um psitacídeo que tem o "dom da fala", ou seja, emite sons muito parecidos com a voz humana. É o mais comum dos nossos papagaios e vive em quase todo o Brasil (só não é encontrado na região Norte), além de partes da Bolívia, do Paraguai e da Argentina.
Ele mede cerca de 35 cm e pesa aproximadamente 400 g. Tem o corpo verde com plumagens vermelhas, cabeça com tons amarelos e extremidades azul-escuro. Isso em linhas gerais, pois eles apresentam uma enorme variação de coloração e não há dois papagaios iguais.
Alimenta-se de sementes e frutos e vive em bandos ou casais. Quando voam, macho e fêmea ficam tão juntinhos que parecem ser uma só grande ave de quatro asas. Usa buracos em pedras, barrancos ou ocos de árvores para colocar os ovos, cerca de quatro por postura. Os filhotes ficam no ninho durante dois meses e só atingem a idade reprodutiva aos três ou quatro anos, quando encontram o parceiro com quem vão passar o resto da vida.
O papagaio-verdadeiro é a espécie de papagaio mais capturada pelos traficantes. E um papagaio retirado da natureza não voa livremente e raramente consegue se reproduzir. O Projeto Papagaio-Verdadeiro, liderado pela ecóloga Gláucia Seixas, trabalha para manter populações da espécie em vida livre no seu habitat natural e também se dedica à educação ambiental e combate ao tráfico de fauna nativa.
E como bem diz o Projeto, papagaio feliz não fala, voa!