Por Luciana Ribeiro
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Nomes populares: ouriço-preto, ouriço-cacheiro, luís-cacheiro-preto, gandú, boré
Nome científico: Chaetomys subspinosus
Estado de conservação: “vulnerável” na lista vermelha da IUCN e na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
O ouriço-preto é um roedor endêmico da Mata Atlântica, ocorrendo do norte do Rio de Janeiro até o sul de Sergipe, que já foi considerado comum na região cacaueira do sul da Bahia. O ouriço é um tipo de porco-espinho e no Brasil oito espécies de três gêneros diferentes – Coendou, Sphiggurus e Chaetomys – são popularmente chamadas de ouriço-cacheiro. Dentre eles, a espécie mais ameaçada é o ouriço-preto.
Ele se difere das demais espécies por ter uma pelagem macia e escurecida nas costas que não perfura o agressor. Os chamados espinhos, no caso do ouriço-preto, se restringem à cabeça, pescoço e membros anteriores, enquanto nas outras espécies eles se distribuem por todo o dorso, até a cauda.
Com hábitos noturnos, o ouriço-preto é um animal solitário com baixo nível de atividade diurna. Durante o dia ele praticamente não se mexe ou muda de posição. Fica quieto em seu abrigo na copa das árvores, feito de cipós e folhas secas, que serve de camuflagem contra predadores e proteção contra intempéries. À noite, quando sai para sua atividade, se movimenta pela copa das árvores usando trilhas de cipós e galhos. Nesses caminhos, quando preciso, conta com o auxílio da cauda preênsil para lhe dar segurança e equilíbrio.
Ele se alimenta basicamente de folhas e não bebe água. Seu suprimento líquido é obtido exclusivamente das folhas que se alimenta. O ouriço-preto é um roedor de médio porte, pesa entre 1,5 kg e 2 kg e mede cerca de 40 cm da ponta do focinho à base da cauda, que tem em média 27 cm. A fêmea tem um filhote por gestação, que dura cerca de 60 dias.
As ameças à preservação do ouriço-preto são a perda e a alteração de habitat que ocorrem na Mata Atlântica e a caça, uma atividade ilícita, mas que é largamente praticada por populações rurais da sua área de distribuição, basicamente com dois objetivos, consumo da carne e devido aos danos que causam aos cães quando entram em luta. Apesar de causarem menos danos que outras espécies de ouriços, pela característica de seu pelo, ele é confundido com outras espécies e acaba sendo morto. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mantém um Plano de Ação Nacional (PAN) para conservação do ouriço-preto.