
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: mico-leão-dourado
Nome científico: Leontopithecus rosalia
Estado de conservação: “em perigo” na lista vermelha da IUCN e na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
No início dos anos 1960 restavam cerca de 200 micos-leões-dourados na natureza. O primatologista Adelmar Faria Coimbra Filho começou, então, um programa de salvamento da espécie endêmica do Estado do Rio de Janeiro. Na década seguinte foi lançado o Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado, uma cooperação entre o Instituto Smithsonian/Zoológico Nacional de Washington, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF, atual Ibama) e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (atualmente Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro – Inea), através do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ). O bichinho ganhou fama mundial e virou símbolo da luta pela conservação da Mata Atlântica e da biodiversidade.
Existem quatro espécies de mico-leão. O mais famoso é o carioca mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). Os outros três são o mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas), encontrado na Bahia, o mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), que ocorre em São Paulo, e o mico-leão-da-cara-preta (Leontopithecus caissara), frequente no Paraná e em pequena área do sudeste de São Paulo. Animais dessas espécies vivem apenas em pequenas regiões desses Estados, pois grande parte da Mata Atlântica, seu habitat, foi destruída.
Apesar de serem pequenos, têm cerca de 60 centímetros de altura e pesam até 800 gramas, os micos-leõs-dourados precisam de bastante espaço para viver. Formam grupos de até 10 indivíduos e cada grupo ocupa em média 110 hectares. Segundo pesquisas citadas pelo WWF-Brasil, para o primata sair da lista de espécies ameaçadas de extinção é preciso que até 2025 haja cerca de 2 mil indivíduos vivendo soltos em uma área de 25 mil hectares de floresta. Atualmente, não temos nem mil indivíduos espalhados nos remanescentes de mata, que não passam de mil hectares.
Os micos-leões-dourados são animais diurnos e se alimentam de uma grande variedade de frutos silvestres. Eles são dispersores de sementes e contribuem para a natureza cumprindo esse importante papel ecológico. À noite, se recolhem em ocos de árvores. Entre os seus predadores, além dos humanos, estão jiboias, gaviões, corujas, pequenos felinos e iraras.
Um grupo de micos-leões-dourados normalmente tem uma fêmea reprodutiva, um ou dois machos adultos e a prole. Eles são reprodutores cooperativos, ou seja, todos os adultos do grupo ajudam a prover comida para os filhotes, independentemente de sua relação genética.
O mico-leão-dourado – assim como as outras espécies de mico-leão – precisa da Mata Atlântica para sobreviver. Salvar a mata é salvar essa e tantas outras espécies.