
Por Luciana Ribeiro
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Nomes populares: matamatá, mata-mata, mata mata
Nome científico: Chelus fimbriatus
Estado de conservação: sem classificação na lista vermelha da IUCN e não consta da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Os quelônios – répteis que têm carapaça – são membros da ordem Testudinata e, apesar de serem parecidos, cágados, jabutis e tartarugas possuem cada um as suas características. Tartarugas vivem na água e só vão à terra para desovar ou tomar sol. Jabutis são animais terrestres e os cágados são semi-aquáticos, ou seja, vivem tanto dentro quanto fora d'água.
O matamatá é um cágado de água doce originário da América do Sul que vive na região amazônica: no norte do Brasil, além de Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. É encontrado em rios de água escura e pouca correnteza, lagos calmos, pântanos e brejos.
E o que chama a atenção neste quelônio é a sua aparência. O matamatá tem a cabeça triangular, achatada, com um nariz comprido e pontudo. O pescoço é longo e ele é cheio de "franjas" na pele. A carapaça também é toda irregular, com três quilhas longitudinais. O lado ruim de ter essa aparência assim toda diferentona é que a espécie é muito procurada por criadores e zoológicos e, consequentemente, muito caçada e comercializada ilegalmente.
Mas o lado bom dessa estrutura bastante peculiar, cheia de rugosidades, é que ela é ótima para camuflagem pois facilita a adesão de algas. Como o matamatá é carnívoro, um predador de emboscada, a camuflagem é um importante artifício, que facilita a captura de peixes, crustáceos e insetos aquáticos. Para caçar, o matamatá se enterra parcialmente no fundo do corpo d’água e fica ali quietinho, camuflado, esperando sua presa passar. Quando ela se aproxima, o matamatá a suga rapidamente para dentro da boca. A água é expelida lentamente e o alimento é engolido inteiro, já que a anatomia da boca do matamatá não permite que ele mastigue muito bem.
O período de desova do matamatá vai e outubro a dezembro, quando ele enterra de 10 a 28 ovos na beira de rios e lagos. O período de incubação varia entre 180 e 205 dias e os filhotes nascem mais coloridos que os adultos, com tons de vermelho.