
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: irara, papa-mel
Nome científico: Eira barbara
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
A irara faz parte da família das lontras e é um dos predadores de médio porte mais facilmente encontrado no Brasil. Ela ocorre em praticamente todo o território, habitando a Mata Atlântica, a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga e o Pantanal, sendo mais vista em áreas de vegetação densa, não só em terras brasileiras, mas também em toda a América Central e em boa parte da América do Sul a leste dos Andes.
Também conhecida como papa-mel, pela sua predileção por esse alimento, a irara é um animal onívoro que se alimenta, além de mel, de frutas, insetos, pequenos vertebrados, aves e pequenos mamíferos. O olfato é o principal sentido usado para a busca de comida, o que é feito tanto na copa das árvores quanto no chão. As articulações das pernas auxiliadas pelas palmas das patas, que são lisas, e por garras retráteis permitem que ela desça das árvores com a cabeça na frente, em direção ao chão. Apesar de ser boa nadadora, ela gosta mesmo de viver nas árvores, onde demonstra seus dotes de escaladora ágil e veloz. Por isso, é pouco vista fora de habitat florestais.
O corpo da irara tem de 55 cm a 70 cm, com uma cauda de até 45 cm. Pesa entre 3 kg e 7 kg e os machos são maiores que as fêmeas. O corpo é alongado, com patas curtas e cauda comprida. Sua pelagem é escura, com a cabeça e o pescoço mais claros. Ela emite um som semelhante a um latido, usado para se comunicar com outros indivíduos. Normalmente a irara vive sozinha, mas pode ser vista em pares ou pequenos grupos.
Ela tem hábitos diurnos e anda grandes distâncias diariamente, com uma área de vida relativamente grande para o seu tamanho. Já foram relatadas áreas de vida superiores a 9 km² e a sobreposição de três áreas de vida, registrada em um estudo em Belize, sugere que as iraras não se preocupam muito com a defesa de seu território.
A gestação dura de 63 a 70 dias e podem nascer de um a quatro filhotes, sendo mais comum o nascimento de gêmeos. Os filhotes ficam na toca durante os primeiros 50 dias de vida. O desmame acontece em torno dos três meses e os jovens se tornam independentes entre os seis e os dez meses.