
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: gambá, saruê
Nome científico: Didelphis sp
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e sem classificação na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Gambás fazem parte da fauna sinantrópica, ou seja, são animais que se adaptaram para viver junto ao homem. São animais silvestres cada vez mais presentes em zonas urbanas. A espécie comum nas áreas urbanas é o gambá-de-orelha-preta (Didelphis aurita). Mas é bem frequentes também entre nós o o gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), com ocorrência na Amazônia, Caatinga, Cerrado e Pantanal.
A partir de outubro, quando entram na época de reprodução, até janeiro, as fêmeas têm que carregar os filhotes e ficam mais lentas, além de se arriscarem mais para obter alimento. Com isso, ficam mais vulneráveis e sujeitas a atropelamentos, ataques de cães e também de humanos. Os gambás não atacam, nem roem nada, mesmo assim há inúmeros registros de pessoas que insistem em matar os bichinhos, seja a pauladas ou com o uso de venenos. Mas gambás são animais silvestres protegidos por lei e caçá-los, persegui-los, feri-los ou matá-los é crime.
O gambá é um marsupial, ou seja, as fêmeas possuem uma bolsa na barriga onde os filhotes, que nascem prematuros depois de um curto período de gestação, ficam até completarem seu desenvolvimento. Nascem de 4 a 12 crias por gestação, com cerca de 1 cm e sem pelos. No marsúpio (a bolsa) eles encontram as mamas e ficam ali até não mais caberem, quando, então, passam a ser carregados no dorso pela mãe.
Este animal de vida curta – vive de 2 a 4 anos – tem o porte de um gato e pesa até 3 kg. Sua cauda é longa e prênsil. Com hábitos noturnos, o gambá come praticamente de tudo: raízes, frutas, vermes, insetos, moluscos, crustáceos, anfíbios, lagartos, aves e serpentes. Em zonas urbanas pode se alimentar de ovos, aves domésticas e resíduos orgânicos.
A fama do gambá está ligada ao seu cheiro. Mas ele só exala o odor forte e fétido como mecanismo de defesa, quando ameaçado. Outro curioso artifício de defesa usado por este marsupial é fingir-se de morto até que o atacante desista.
Os gambás cumprem importantes papéis ecológicos. Eles são excelentes controladores de população de pequenos roedores e serpentes, inclusive as peçonhentas. O gambá-de-orelha-preta é imune ao veneno da jararaca, o que faz dele um predador natural da cobra. São também grandes dispersores de sementes, que espalham pela mata por meio de suas fezes.